Aumento da longevidade aumenta a importância do planejamento financeiro
O Brasil está entre os países com maior nível de envelhecimento do mundo. Se continuarmos neste ritmo, em 2040 nossa população com mais de 50 anos será maior que a de idade compreendida entre zero e 30 anos, segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). O último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) também aponta nesta direção: a expectativa de vida média da população brasileira, que era de 67 anos em 2000, saltou para 73,5 anos em 2010. Atualmente, 11% dos brasileiros têm mais de 60 anos, dos quais 23.760 já passaram dos 100! Esse aumento da longevidade é algo extremamente positivo e mostra que estamos usufruindo dos avanços da ciência, da tecnologia e do desenvolvimento econômico.
Mas há também um lado menos romântico nesta história. O fato de vivermos mais significa que precisaremos de mais recursos financeiros para nos manter quando deixarmos de trabalhar ou reduzirmos o ritmo profissional. Depender da ajuda de filhos e demais parentes não é o melhor caminho, uma vez que se perde a autonomia. E se contarmos apenas com a Previdência Social – cujo benefício máximo atual é de R$ 3.916,20 – corremos o risco de não conseguir arcar com despesas essenciais como alimentação, moradia e saúde. Isso sem falar na possibilidade de o sistema público de previdência entrar em colapso, dado seu enorme déficit, que este ano deve chegar a R$ 40 bilhões.
Diante dessa perspectiva, a Previdência Complementar tende a ganhar cada vez mais importância no planejamento financeiro das famílias. Mas também não está imune aos impactos do aumento da longevidade. Para compensar os anos a mais, as pessoas terão que reavaliar, de tempos em tempos, se a forma como estão investindo no presente garantirá a aposentadoria desejada no futuro. Em alguns casos, será necessário prolongar o período de acumulação, aumentar o valor das contribuições mensais ou assumir mais riscos na aplicação das reservas financeiras, a fim de alavancar os ganhos no longo prazo. Planos de previdência que apliquem em títulos atrelados a índices de inflação ou ações negociadas na Bolsa de Valores podem ser opções interessantes neste sentido. O importante é se preparar desde agora para curtir os anos extras sem maiores preocupações.