Aposentadoria: melhor planejar antes que seja tarde demais
Você já está preparado para o dia em que vai parar de trabalhar? Entre os mais jovens, o assunto nem sequer é cogitado. Adoro insistir nesta questão: um dos temas que merece ser tratado pelo brasileiro de forma mais prioritária e pró-ativa é o planejamento para a aposentadoria. Grande parte de nossa população ainda trabalha com a ideia de que o governo irá cobrir os gastos e necessidades com a aposentadoria oficial.
É hora de acordar desse sonho paternalista! A realidade é outra, e há muito tempo. Os aposentados de hoje já enfrentam diversos problemas para manter o padrão de vida que possuíam antes da aposentadoria, com estatísticas estarrecedoras: apenas 1% consegue se manter com os benefícios que recebe, segundo dados do IBGE.
A Previdência Oficial já possui inúmeros problemas de gestão e déficits. A verdade é que o brasileiro que sonha em se aposentar usando apenas o INSS se dará muito mal no futuro. É questão de tempo: uma nova reforma que levará a maior tempo de contribuição e redução no valor dos benefícios deverá entrar na pauta de algum governo mais sério. Já se discute inclusive uma possível cobrança dos inativos.
Por que planejar a aposentadoria?
Durante o período de aposentadoria, as pessoas possuem necessidades e gastos especiais. Vivendo mais e com mais qualidade de vida, é natural que as pessoas tenham mais gastos com saúde, para ficar em um exemplo óbvio. Um item caro e indispensável, até porque a situação da saúde pública não ajuda.
Desta forma, a saída para o futuro é programar uma aposentadoria complementar. Não no sentido específico ligado aos produtos de previdência privada, mas no sentido amplo, da ideia de uma previdência que complemente o benefício oficial e seja construída aos poucos, através de investimentos constantes durante boa parte da vida.
Durante a semana enquanto, me preparava para escrever este artigo, tive a oportunidade de acompanhar a coluna diária da jornalista Mara Luquet para a rádio CBN onde ela descreve, em sua opinião, os 5 passos importantes para alcançar uma aposentadoria de sucesso:
1. O melhor investimento para o filho é aquele que garante a aposentadoria dos pais. É natural nos preocuparmos com o futuro dos nossos filhos. Eu sou pai e também quero o melhor pra minha filha, mas se pensarmos friamente, é muito comum ver exemplos de filhos que precisam pagar as contas dos pais. Garantir um futuro melhor pra você pode significar a liberdade que seu filho precisará no futuro para desenvolver sua própria vida, sem preocupações.
2. Como iniciar o plano de investimento para aposentadoria sem dinheiro? Fazendo disso uma prioridade. Pague-se primeiro. É aquela velha ideia de guardar no banco “o que sobrar das despesas do mês”. Nunca sobra nada, o depois não existe quando há tanto apelo de consumo. Logo, isso não funciona. Pagar-se primeiro é priorizar sua aposentadoria e seu futuro.
3. Conheça o mercado de ações (antes de se aposentar e durante). O mercado de ações brasileiro está em desenvolvimento. Ainda temos poucos investidores e poucas empresas com ações listadas na bolsa de valores. Todos acreditamos que existe um potencial enorme para ser aproveitado – a BM&F Bovespa trabalha com uma meta de 5 milhões de investidores até 2015 (hoje somos menos de 600 mil). Destinar uma parte dos investimentos para o mercado de ações, de forma “consciente”, estudando e conhecendo o mercado poderá turbinar os ganhos para a aposentadoria.
4. Atenção aos custos e taxas das aplicações. A taxa de administração, por exemplo, ao longo dos anos pode sugar boa parte de sua rentabilidade. Vale lembrar também a importância de definir o investimento ideal para seu perfil, afinal alguns investimentos variam taxas e impostos de acordo com o tempo da aplicação. Na prática, se você acredita que pode precisar do dinheiro aplicado em pouco tempo, prefira opções com boa liquidez e baixo risco (renda fixa). Do contrário, use a renda variável (ações, opções etc.).
5. Fique de olho na inflação e faça as contas. Atenção ao ganho real. É muito comum vermos as pessoas usando simuladores para projetar os investimentos e seus ganhos, mas sem considerar a inflação tanto nas correções dos aportes quanto no poder de compra. É preciso entender que R$ 100 mil daqui dez anos não comprarão o mesmo que R$ 100 mil compram hoje. Olhe de forma concreta para sua carteira de investimentos: é fundamental trabalhar com a projeção de inflação (si, a economia do Brasil permite isso) e com o ganho real.
Esses são alguns itens que precisam ser lembrados na hora de planejar sua aposentadoria. Que tal começar a trabalhar em prol de uma vida futura mais recheada de prazeres e menos trabalho?