Mulher manda no or amento
Opinião feminina pesa até na compra de itens voltados para os homens
Das roupas do marido à reforma da casa, a atriz Ellen Faria é quem manda no orçamento doméstico. São dela as decisões de como comprar, o que comprar e quando comprar. Longe de ser exceção, Ellen faz parte de um grupo que inclui a maioria das mulheres. Segundo pesquisa da Sophia Mind, empresa do grupo Bolsa de Mulher, especializada em pesquisas sobre o universo feminino, 77% das mulheres decidem pelo menos metade do orçamento doméstico.
Entre as casadas, o percentual sobe para 91%. Entre as divorciadas, são 95% as que controlam a maior parte dos gastos domésticos. O sócio da Sophia Mind, Bruno Maletta, destaca que elas tomam a decisão, mesmo quando quem vai pagar são eles. "É uma tendência mundial. A mulher decide qualquer compra, mesmo se o produto for masculino", diz.
A atriz Ellen Faria confirma as estatísticas. "Eu peço a opinião do meu marido, mas a palavra final é sempre minha", diz. A regra vale igualmente para a compra do supermercado e para a reforma da casa. "Trocamos todo o acabamento da nossa casa e eu escolhi cada azulejo", conta. Ela também faz planilhas mensais com as receitas e despesas do casal que apenas apresenta "para conhecimento" do marido.
Ele, o engenheiro Waldemar Guimarães Júnior, confirma que não faz uma compra sequer sem ouvir a opinião da mulher. "Não tomo nenhuma decisão sem o aval dela", diz.
Perfil. A CMO (sigla para Chief Marketing Officer, ou Chefe de Marketing) do Bolsa de Mulher, Ciça Mattos, diz que as mulheres são mais detalhistas que os homens e gostam de fazer pesquisa de preço e comparar produtos antes de decidir.
Ela diz que para atrair as mulheres as empresas devem abrir mão dos estereótipos e pesquisar a fundo os desejos desse público. "Não é só fazer um produto cor de rosa e falar que foi desenvolvido especialmente para as mulheres", afirma.
Elas pagam metade das despesas
Além de decidir sobre o orçamento, as mulheres também contribuem financeiramente nas despesas do lar. Segundo a pesquisa da Sophia Mind, 62% das mulheres casadas são responsáveis por pelo menos metade das despesas das suas casas.
A pesquisa mostra ainda que 46% das mulheres fazem algum tipo de investimento financeiro, mesmo que não seja de forma regular. O principal objetivo delas é comprar ou reformar um imóvel. A CMO (sigla para Chief Marketing Officer, ou chefe de marketing) da Bolsa de Mulher, Ciça Mattos, diz que o percentual é o dado positivo. "A tendência é crescer. Só há pouco tempo as mulheres ganharam condições financeiras e de acesso à informação para planejar seus investimentos", afirma.
Elas pagam metade das despesas
Além de decidir sobre o orçamento, as mulheres também contribuem financeiramente nas despesas do lar. Segundo a pesquisa da Sophia Mind, 62% das mulheres casadas são responsáveis por pelo menos metade das despesas das suas casas.
A pesquisa mostra ainda que 46% das mulheres fazem algum tipo de investimento financeiro, mesmo que não seja de forma regular. O principal objetivo delas é comprar ou reformar um imóvel. A CMO (sigla para Chief Marketing Officer, ou chefe de marketing) da Bolsa de Mulher, Ciça Mattos, diz que o percentual é o dado positivo. "A tendência é crescer. Só há pouco tempo as mulheres ganharam condições financeiras e de acesso à informação para planejar seus investimentos", afirma.
Homem aparece no final
As empresas já perceberam o poder de decisão das mulheres e tentam ganhar pontos com o público feminino. "É difícil fechar a compra de um imóvel sem a palavra final da mulher", diz o presidente da Lar Imóveis, Luiz Antônio Rodrigues.
Ele diz que em geral são as mulheres que procuram a imobiliária, selecionam os imóveis e fazem a primeira visita. O homem aparece para fazer a negociação e fechar a compra, depois que o imóvel já passou pelo crivo feminino.
Para lidar com esse público, a empresa investiu também em mulheres: 80% dos corretores são do sexo feminino. "As mulheres se entendem melhor", diz Rodrigues.
Segundo ele, mulheres valorizam a localização do imóvel, a existência de comércio nas redondezas e querem muitos, muitos armários. "Quanto mais, melhor", afirma.
Na concessionária Audi Carbel, a influência das mulheres também é clara. Segundo o superintendente Miguel Albino, 80% das vendas são feitas para homens, mas poucas são concretizadas sem a opinião das mulheres. "Já aconteceu de o homem fechar o negócio e voltar no dia seguinte para falar que mudou de ideia e quer trocar a cor que encomendou. Fica nítido que foi a mulher quem fez com que ele mudasse de ideia", diz.
Segundo ele, as montadoras já perceberam que, para conquistar os clientes homens, é preciso agradar às mulheres, e estão incorporando aos veículos itens que agradam ao público feminino, como porta-trecos e suporte para copos.
(Ana Paula Pedrosa)