Educação financeira chega ao ensino bé sico
Quando um adolescente tem maturidade para ter um cartão de crédito? Os pais podem deixar uma criança recém-alfabetizada fazer a lista do supermercado? Em qual idade é possível saber que o banco cobra juro para emprestar e que o vovô, apesar de não trabalhar, recebe a aposentadoria? Assuntos como esse farão parte do currículo do ensino fundamental das escolas públicas e, no máximo, três anos. No ensino médio, o programa foi testado, aprovado e está sendo implementado. A adesão não é obrigatória e fica a critério da escola. O currículo do ensino fundamental está em fase final de elaboração. Há conteúdo próprio para cada idade. O próximo passo será testá-lo em programas-pilotos, fazer ajustes e corrigir as falhas. A iniciativa nasceu de uma parceria de reguladores (BC, CVM etc.), entidades do mercado (Anbima, Febraban e Bolsa) e educadores. Contou com apoio do Banco Mundial, que identificou o "analfabetismo" financeiro como um gargalo para países como o Brasil. Um dos mitos deixados para trás era que ensinar finanças pessoais dependia de um conhecimento avançado da matemática -exponenciação, raiz quadrada etc. "Confundiam educação financeira com matemática financeira. O importante é a linguagem e a abordage, que devem fazer parte do mundo da criança e do adolescente", disse Alvaro Modernell, educador financeiro. Uma criança de seis anos tem condições de diferenciar que algumas coisas são imprescindíveis e outras são supérfluas, podendo ajudar a fazer a lista do supermercado. Noção de juros chega mais tarde, perto de dez anos.