Você tem investido em sua educação financeira?
Derivativos, hedge, índice sharpe, dispersão, retorno observado, portabilidade, risco de crédito, liquidez, agências de investimentos, análise de resultados financeiros, taxa de carregamento, leitura de preços, etc. Definitivamente a forma de investir mudou muito nos últimos anos. Antigamente bastava o investidor abrir uma conta no banco e comprar a “dica” do gerente para se classificar como um investidor atualizado. O problema desta rotina é que o mundo mudou.
Se pensarmos apenas nos últimos 10 anos sobre a evolução percebida no ramo automotivo, de informática, medicina, robótica, e tantos outros segmentos veremos como realmente o mundo mudou. E com ele, a economia mudou também.
Na semana passada vi um vídeo no youtube de um comercial antigo do vídeo game Master System se não me engano e nele após uma brincadeira sobre duendes e fadas, vinha a chamada comercial “inacreditável” para a época: o aparelho estava sendo vendido com 18% de juros FIXOS ao mês. Realmente para quem pode presenciar ou estudou os períodos de hiper inflação no Brasil sabe que 18% fixos era uma baita oportunidade.
Esse volume de juros, 20 anos depois, é atualmente tratado como extorsão. Mas aí eu me perguntei: será que alguém ainda investe como investia há 20 anos atrás, comprando cadernetas de poupança e CDBs nos grandes bancos? E infelizmente a resposta é sim.
Com todo avanço que o mercado financeiro deu no sentido de levar ao investidor o que há de melhor em aplicações financeiras através das agências de investimentos, gestores de recursos, companhias independentes orientadas a gerar retorno ao investidor, etc, muitos, a maioria eu acredito, ainda deposita o seu patrimônio e sua confiança em instituições que visivelmente não se preocupam em primeiro plano com o retorno do investidor.
Muitas vezes, quando estou fazendo consultorias ou treinamentos e as pessoas conseguem entender um pouco mais sobre o funcionamento das aplicações financeiras como previdências, capitalizações e até mesmo seguros, a consequência natural é de ficarem totalmente inconformados, bravos com as instituições a que confiaram seus recursos.
Mas afinal de quem é a culpa? Os bancos existem para gerarem lucros para a instituição e não para os clientes. Alguém duvida disto? Se não existe dúvida e esse é um ponto pacífico, a conclusão óbvia é de que a culpa é do investidor que não acompanha seus recursos de perto, que não experimenta os veículos mais modernos de aplicação e que se mantem na zona de conforto do não saber e do não querer saber.
Algumas vezes, ouço de alguns clientes: Poxa Rafael, pagar R$ 2000,00 em um curso é muito caro. O trágico disto é ver que este mesmo investidor deixa de lucrar anualmente, nos casos mais absurdos até 100x esse valor em um ano de investimento. Existe uma máxima no mercado financeiro que tem o meu apoio e reforço: quem acha a educação cara é porque nunca experimentou a ignorância.
Leia livros, realize cursos, tenha um assessor financeiro independente das instituições bancarias junto com você, enfi, faça algo por sua educação financeira porque o principal é acompanhar sistematicamente suas aplicações, sem desculpas de falta de tempo ou de que o conteúdo é muito difícil, pois aproveitando uma outra máxima para concluir este artigo: o pior cego é aquele que não quer ver.
Rafael Bastos – Consultor financeiro