29/08/13
A hora certa de dar mesada para o seu filho
“Mãe, eu quero!”, “Me dá?”, “Compra para mim?”. Se algumas dessas frases fazem parte do seu dia a dia, é hora de ensinar ao seu filho o valor do dinheiro. A primeira oportunidade acontece por volta dos 2 anos e meio quando costuma surgir o primeiro pedido de compra. É difícil resistir, nós sabemos, mas dizer sim a todos os desejos dele pode prejudicar o futuro financeiro do seu filho.
É importante mostrar que existem presentes que podem ser adquiridos agora e outros que precisam de planejamento, tempo e investimento. Questione-o sobre por que quer ou precisa de determinada coisa.
A partir dos 3 anos, o reconhecimento de moedas e células e o cuidado com o dinheiro também é fundamental. “Ensine que dinheiro não se rasga, molha, dobra ou rasura”, explica a especialista em educação financeira Cássia D’Aquino, autora do livro Educação Financeira – Como Educar seu Filho (Ed. Elsevier).
Uma dica é dar uma carteira pequena para seu filho começar a ter esse cuidado a partir dos 4 anos. Aproveite também uma ida ao supermercado para ensinar o que é caro e barato.
A mesada, no entanto, deve ser dada apenas por volta dos 6 anos. Mas apenas dar o dinheiro, sem ensinar a administrá-lo (gastar, doar, poupar), também não faz sentido. A especialista sugere que, dos 6 aos 12 anos, a média da mesada seja calculada por semana, já que um mês é muito tempo para as crianças. O valor para o cálculo deve ser a idade da criança multiplicada por R$ 1 (por semana).
É importante usar a medida da maneira certa. O valor não pode ser alto, pois seu filho precisa entender que não pode comprar tudo a qualquer hora, e que precisará abrir mão, por exemplo, de vários doces para comprar uma bicicleta.
6 dicas para dar mesada
=> Para crianças até 12 anos, o mais indicado é o pagamento semanal. Depois disso, para que elas aprendam a controlar por 30 dias as despesas, o ideal é a mesada.
=> Convide seu filho a fazer uma lista de prioridades para os gastos mensais.
=> Defina um dia para pagar a mesada e respeite a data e a quantia para que ele possa planejar os gastos.
=> Use um cofrinho, de preferência transparente. Ver o dinheiro aumentando e ouvir o som das moedas estimula o interesse e o aprendizado das crianças.
=> Alterações nos valores não devem ser constantes. À medida que a criança cresce, dá para aumentá-los, mas sempre em proporção ao orçamento da família.
=> Acompanhe, na medida do possível, o que está sendo feito com o dinheiro para ajustar as orientações necessárias.
Devo dar mesadas iguais para filhos de idades diferentes?
Se a diferença de idade entre eles for pequena, o valor deve ser igual, uma vez que as necessidades são mais ou menos as mesmas. Mas, se um filho for adolescente e o outro tiver 5 anos, por exemplo, o mais velho vai precisar de mais dinheiro. Esta não é, poré, a única regra. Para Fabio Gallo Garcia, professor de finanças das faculdades PUC e Getúlio Vargas (SP), é preciso levar em conta o meio social em que a criança está inserida para estipular uma quantia justa. E se o dinheiro de um deles acabar antes do previsto? Depois de estabelecida a quantia, ninguém deve receber mais até o próximo mês (ou semana, depende do acordo) – e vale a mesma regra para os dois. Assim, você ensina seus filhos a controlar os gastos.