02/06/14
Raz es para Praticar a Educação Financeira com os Filhos
A educação financeira no Brasil foi bastante ampliada nos últimos anos, mas ainda tem uma penetração tímida quando comparada à de países como Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.
O governo federal brasileiro lançou a Estratégia Nacional de Educação Financeira (ENEF) apenas em 2010. Ainda é um assunto pouco presente nas escolas, todavia uma pesquisa realizada pelo SPC Brasil e divulgada em março deste ano concluiu que já é significativo o número de lares que tratam de assuntos financeiros com os filhos (69%).
O fato é que as pessoas com mais de 40 anos cresceram num período de inflação altíssima, quando não fazia muito sentido o planejamento financeiro de médio e longo prazo. Naquele período, a incerteza sobre os rumos da economia do país era enorme, o que impedia as pessoas de projetarem valores para o futuro.
Por isso, muitos pais de hoje não possuem a cultura do planejamento financeiro e isso dificulta desenvolver uma conversa sobre assuntos financeiros com os filhos. Mesmo com ressalvas, a conjuntura econômica nos permite fazer planos e demanda que orientemos nossos filhos em relação ao dinheiro.
Nesse texto você encontrará razões para você conversar com os filhos sobre as finanças pessoais e praticar a educação financeira:
1. A educação financeira é pouco (ou quase nada) ensinada nas escolas
A maioria das escolas não disponibiliza educação financeira em seus currículos. Assim, o melhor é que os pais conversem sobre finanças com os filhos. O ideal é começar cedo, antes dos cinco anos, pois, segundo a educadora financeira Cássia D’ Aquino, é até esta idade que construímos as bases da nossa relação com o dinheiro.
Grande parte dos pais não se sente à vontade para falar sobre dinheiro com os filhos, pois são inseguros com seus próprios comportamentos em relação às suas situações financeiras. Entretanto, não é preciso ser um mestre em finanças para passar conhecimentos básicos para crianças. A tarefa deve ser leve e envolvente, caso contrário se torna chata e pode acabar diminuindo o interesse da criança.
2. Os filhos precisam entender que dinheiro não nasce em árvore
As crianças precisam desde cedo aprender que dinheiro é finito. Precisam compreender que o cartão de crédito e o caixa eletrônico não permitem ter acesso a quanto dinheiro eles quiserem e que é preciso trabalhar para ter recursos financeiros.
Dar mesada é um assunto controverso entre os especialistas. Alguns dizem que é válido, pois ensina as crianças a planejar o uso do dinheiro, enquanto outros argumentam que o melhor é remunerar a criança ou adolescente por tarefas, assim vão aprender o seu valor.
A grande questão é que o que for combinado deve ser mantido e os pagamentos realizados sempre na data combinada. Outro ponto que os pais devem estar atentos é que os valores pagos precisam ser compatíveis com a idade da criança.
3. Aprender a planejar é fundamental
As crianças devem aprender que a compra de objetos de mais alto valor precisa ser planejada. Uma boa maneira de ensinar isso é envolvê-los no planejamento de uma viage, por exemplo.
Aqueles que recebem mesada ou são remunerados por tarefas devem ser incentivados a guardar dinheiro para adquirir seus pequenos sonhos de consumo, como, por exemplo, o ingresso de um show, um jogo ou um vídeo game.
Poré, os pais devem ficar atentos a dois pontos:
Não adianta nada incentivar a criança a economizar para adquirir o que deseja se este comportamento não é praticado na família;
Os pais devem prestar atenção se os tios ou avós facilitam a vida das crianças.
Aliás, envolver toda a família nesta tarefa também é importante. Eles precisa, pelo menos, conhecer as suas iniciativas para não adotarem atitudes que vão contra o trabalho de educação feito por você.
4. Os filhos precisam saber controlar os gastos
Quem vive com o orçamento sob controle costuma ter uma vida financeira de qualidade, superior àqueles com as contas desorganizadas e que gastam mais do que a renda recebida. Por isso é tão importante ensinar os filhos a controlar seus gastos também.
Famílias que não estão com a vida financeira saudável podem aproveitar a situação para mudar o cenário com a colaboração dos filhos. Envolvê-los nesta missão pode ser um grande aprendizado para todos.
Mas, para os pais que não se sentem confortáveis com a situação, organizar o orçamento do supermercado, por exemplo, já é uma boa iniciativa. O importante é que as crianças entendam as consequências do uso incorreto do dinheiro. Portanto, se elas fizerem escolhas erradas, apenas oriente. Deixe que assumam as consequências de suas escolhas.
Conclusão
É por essas e outras razões que você deve praticar a educação financeira em casa e conversar com seus filhos sobre dinheiro sempre que tiver uma oportunidade. Assim, estará formando indivíduos com habilidades para se saírem melhor no futuro e desfrutarem de uma vida pessoal e profissional melhor.