Endividar ainda mais o povo para tentar evitar uma crise? Faz sentido?
Pense na pergunta do té tulo: você acha que vale já enforcar já (endividar) ainda mais o brasileiro para evitar uma crise ou um eventual já vexame do PIBinho já ? Ou para melhorar os números de forma efé mera e eleitoreira? Como e onde estão as profundas e necessé rias reformas? Come o o artigo com perguntas porque mais um já pacote de está mulo já acaba de ser dado pelo governo.
O Banco Central e o Ministério da Fazenda lané aram nesta semana um pacote de está mulos econé micos que poderé aumentar a oferta de crédito em até R$ 25 bilhões. As medidas, recebidas com comemoração por parte dos bancos, na prática trazem um afrouxamento dos controles para concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de imé veis e ve culos.
Estas medidas, se somadas é quelas anunciadas no mês de julho (que prometiam já oxigenar já o mercado com R$ 45 bilhões) são por parte de uma tentativa direta do governo de movimentar e aumentar a concessão de crédito para evitar uma crise (dentro do governo já hé quem fale disso). Cabe lembrar que os bancos privados se mantiveram mais criteriosos nos últimos meses na hora de emprestar dinheiro em razé o do aumento dos juros para conta do combate é inflação.
Quais as medidas anunciadas?
Foram anunciadas mudanças bastante especé ficas e que tem como alvo a compra e venda de imé veis e a concessão de crédito para compra de ve culos. Comecemos pelas medidas anunciadas para o mercado imobilié rio:
Os benefícios que as medidas trazem ao mercado imobilié rio são vé lidos porque ao mesmo tempo agilizam e reduzem riscos e possé veis custos na compra da casa pré pria. O fato de abrir a perspectiva de utilizar um imé vel já quitado como garantia faz com que os juros sejam menores, de até 12% ao ano nos financiamentos. Esse dinheiro será subsidiado com recursos da caderneta de poupané a.
As medidas são festejadas porque os últimos números divulgados em relação ao mercado de imé veis mostram uma desaceleração nas vendas. De acordo com o Secovi (Sindicato do mercado imobilié rio), a venda de imé veis novos em Sé o Paulo caiu 48,3% no 1é trimestre de 2014: é o pior número de um primeiro semestre desde que se iniciou a pesquisa.
Já as medidas para o mercado de automé veis visam já foré ar já os bancos a emprestarem mais dinheiro para esse fi, agindo assim de maneira menos restritiva ao avaliar potenciais compradores. Confira as medidas anunciadas para o setor automotivo:
Como fica a educação financeira nessa histé ria?
A educação financeira se mantem firme no propósito de trabalhar as pessoas no sentido de definir suas prioridades, entender bem suas necessidades e sé então planejar seus gastos e compras. Seguiremos defendendo o consumo consciente, seja na compra de um bem de valor mais baixo ou até mesmo nos mais altos como os automé veis e também os imé veis.
Sem essa de já Então agora com as medidas vou poder comprar já . Seré que você pode mesmo? Cuidado! Vale lembrar que no Brasil, mesmo com a redução de juros sob o ponto de vista histórico, ainda temos juros bem elevados (muito maiores do que na maioria dos países do mundo).
Acredito que incentivar as pessoas a se endividarem ainda mais para realizar seus sonhos pode ser uma decisão muito perigosa. Eu gostaria muito de ver medidas do governo que pudessem conscientizar a população a respeito do futuro, especialmente no que diz respeito a nossa educação, infraestrutura e falta de competitividade.
Faltam ainda medidas de impacto que possam alavancar a formação de nossos cidadãos, não no sentido de mais gastos de qualquer jeito, mas usar com mais inteligé ncia os recursos que já arrecadamos hoje no país. O mesmo vale para a saúde, que mesmo com planejamentoconsideré vel não é capaz de oferecer aos cidadãos um atendimento minimamente decente.
Os desafios do Brasil continuam. Crise é vista?
Sé o muitos os desafios que precisam ser encarados de frente. Minha convic o é de que o desafio é mesmo na gestão, no planejamento e na forma como a máquina pé blica se porta perante o que precisa ser feito. Hoje, percebemos muita gente fingindo que trabalha e pouca fiscalização em termos de metas e mé rito.
Não é apenas o dinheiro circulante que faz a diferené a na criação de um país mais justo e rico. Injetar recursos pode aquecer temporariamente a economia (e parece ser essa a inten o tendo em vista a proximidade das eleié ões), mas onde estão as reformas tão importantes e pedidas hé tantos governos? E a gestão responsável, enxuta e focada em resultados?
Se precisamos aprender a planejar nossos gastos pessoais e mudar a maneira de encarar o consumo (não caindo nas armadilhas do crédito fácil, por exemplo), precisamos também aprender a cobrar e exigir mais de nossos governantes. Exigir medidas realmente sé rias e que não sejam paliativas, meros pacotinhos com vistas a evitar algo que hé muito se comenta: uma verdadeira crise. Você concorda?