Vontade dos filhos decide 49% dos presentes comprados no Natal
08/12/14

Vontade dos filhos decide 49% dos presentes comprados no Natal

Christmas PresentsUm estudo encomendado pelo Serviço de Prote é o ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira ‘Meu Bolso Feliz’ revelou que na maior parte dos casos a escolha do presente de Natal para as crianças é feita exclusivamente pelos pais (51%).

Mas é grande a influé ncia dos filhos no processo decisério. Em 49% dos casos eles participam de alguma maneira na escolha do presente: 35% dos pais entrevistados disseram que a decisão é feita em conjunto entre os filhos e eles e outros 14% confessaram que é a criança quem decide sozinha o presente que irá ganhar na data.

O educador financeiro do ‘Meu Bolso Feliz’ José Vignoli defende que ao decidir presentear o filho, seja no Natal ou em outra data festiva, como aniversério e Dia das Criané as, é importante ouvir os seus desejos. No entanto, ele alerta que é dever do pai e da mé e avaliar o que é possé vel ser comprado dentro das limitações oré amenté rias de cada família.

“Os pais precisam ter a sensibilidade de saber o que os filhos desejam para tentar chegar o mais próximo possé vel daquilo que a criança quer ganhar, mas que ao mesmo tempo eles tenham condié ões de pagar”, afirma Vignoli

Frustração com o presente

O estudo do SPC Brasil mostra que em caso de o presente recebido desagradar o gosto do filho, a frustração é compensada em mais da metade dos casos (51%) por meio de uma barganha – os pais se comprometem em dar o presente desejado em outra ocasié o.

Esta situação ocorre principalmente entre os entrevistados do sexo masculino (55%) e pessoas das classes C (62%).

Em 30% dos casos os pais relataram que os filhos ficam tristes e frustrados, poré m logo se esquecem do pedido. Já 3% dos pais ouvidos no levantamento admitem que em situações assim seus filhos geralmente choram e fazem birra.

Para os especialistas do ‘Meu Bolso Feliz’ a lista de pedidos feitos ao Papai Noel – ou aos próprios pais, no caso dos filhos maiores – deve conter mais de uma op o para que se evite a frustração da criança. Dessa maneira, ela percebe que essa é uma decisão compartilhada, que precisa ser feita em acordo com os adultos, pois são eles quem trabalham e se esforé am para cuidar da casa e do bem-estar da família.

é natural as crianças pedirem diversos presentes, ainda mais quando estão no convé vio com amigos na escola, primos e outros coleguinhas da mesma idade, além dos está mulos da propaganda. No entanto, o ‘não’ como resposta precisa ser assimilado pelos filhos, dizem os especialistas.

“Alguns pais excessivamente permissivos acabam satisfazendo a vontade de seus filhos com um presente caro para não frustré -los, mas após algumas semanas quando olharem a fatura de cartão de crédito e notarem que o brinquedo já foi deixado de lado pela criança, eles podem ficar bastante arrependidos com esta atitude. Se o filho está acostumado a ganhar tudo sempre, quando não recebe um presente pode interpretar a situação como falta de amor”, alerta o educador financeiro.

Os especialistas do Meu Bolso Feliz são uné nimes em afirmar que experié ncias de frustração na infé ncia são imprescindé veis para que a criança desde cedo aprenda a lidar com situações difáceis e de desconforto.

“A frustração é uma necessidade do desenvolvimento infantil. é importante que a criança reconhe a o valor do dinheiro desde cedo e entenda que os pais se esforé aram para que ela tenha acesso a coisas mais importantes”, diz a psicé loga Maria Tereza Maldonado.

Ela recomenda que os pais conversem abertamente com as crianças sobre a atual situação financeira da família. “O pai que satisfaz todas as vontades dos filhos camuflando a realidade financeira da família está desenvolvendo filhos sem limites e que vé o acumular ao longo da vida muitas frustrações para lidar com negações. Já aqueles que falam de maneira transparente e dão bons exemplos, conseguem criar adultos preparados financeiramente e que conseguem superar as dificuldades impostas pela vida”, diz Maria Teresa.

“Os pais precisam transmitir é crianças que o Natal não é uma data apenas para ganhar presentes e que ela representa algo muito maior, como a unié o e a confraternização com a família. Esses valores são importantes para a formação da criança”, recorda a psicé loga.