Brasileiros gostariam de ter se preparado melhor para aposentadoria
Um antigo ditado popular que adotei logo após os 40 anos de vida foi: já Você está ficando velho quando seus arrependimentos são maiores que seus sonhos já .
Lembrei desse importante aprendizado ao ler um recente estudo da gestora de investimentos BlackRock, com 27 mil pessoas no mundo já 4 mil da Amé rica Latina, incluindo o Brasil já na faixa eté ria entre 55 e 64 anos. O objetivo era descobrir quantas delas se preparara, efetivamente, para a aposentadoria.
Adicionalmente, solicitaram aos participantes dicas ou recomendações para os mais jovens sobre alguns cuidados preventivos já que muitos não tiveram e sé agora se mostram arrependidos, ao terem que pagar um pre o financeiro e emocional muito alto. é Tomando em consideração apenas a amostragem de brasileiros, as recomendações são as seguintes: 38% afirmam que teriam come ado a poupar mais cedo; 47% teriam gastado bem menos do que o fizeram; 25% teriam priorizado a aposentadoria em vez de outras coisas; e 26% teriam quitado suas dívidas mais cedo.
Merece registro também o fato de que apenas 22% conseguem economizar e 27% tem conseguido fazer algum tipo de investimento ou poupané a. Mas o dado mais alarmante é que a grande maioria constatou que o valor poupado não vai permitir manter o seu padrão de vida ao longo da aposentadoria.
Os estudos no Brasil sobre a relação entre longevidade, previdência e aposentadoria mostram uma perspectiva de acentuada preocupação. Segundo Thomês Tosta de Sé, presidente do Ibmec, nossa piré mide eté ria tem hoje o formato de uma granada, e acelerar o andamento dos projetos e estudos sobre o tema é uma forma de evitar que a previdência seja detonada antes do tempo. Da maneira como está, conclui ele, o modelo já é insustentável.
Outra observação interessante é feita pelo ministro da Educação e professor de é tica e filosofia Renato Janine Ribeiro quando diz que deveriam ser incorporadas discussões mais modernas ao debate sobre a sustentabilidade financeira da previdência. Para ele, é um absurdo trabalhar até os 60 anos e, no dia seguinte é aposentadoria, não se trabalhar mais nada. já Seria muito mais interessante ser incorporado ao mercado de trabalho aos poucos, quando se é jove, e ir se desincorporando gradualmente, reduzindo o ritmo a partir dos 50 já . Para Janine, essa seria uma forma mais inteligente de aproveitar os ganhos de produtividade, a longevidade e a energia fé sica, somada é experié ncia pré pria do início da maturidade.
A cada dia fica mais claro que essa deve ser uma preocupação e um compromisso das pessoas na meia-idade, buscando maior equilé brio entre os vários papé is que desempenham. Afinal, o sucesso profissional que tem como pre o o fracasso nas dimensões da vida pessoal já conjugal, familiar, social, educacional, espiritual e individual já em muitos casos sé vai ser percebido na vé spera da aposentadoria.
Uma das dificuldades que está cada dia mais presente em nossa sociedade é a preocupação em querer demonstrar, virtualmente, uma felicidade e consumismo exibicionista. Isso atrapalha a capacidade de aprender com os erros, falhas e fracassos já razé o pela qual o início deste artigo está centrado nos aprendizados dos erros cometidos por quem chegou a aposentadoria sem o mínimo preparo.