Consumidores adotam estrat gias para economizarem no supermercado
21/03/16

Consumidores adotam estrat gias para economizarem no supermercado

shutterstock_121990036-625x340O novo anté doto dos brasileiros contra a inflação tem uma fé rmula simples, descrita em listas de compras nas quais os consumidores já vé m fixando os pre os máximos que querem pagar por cada produto. As famílias estão ampliando as estraté gias para economizar e vé m se impondo limites de gastos nos supermercados. A consultora de beleza Cristina Mé rcia, de 42 anos, recebeu das mé os do marido uma folha de papel com cada item acompanhado de um valor. Se o custo do produto excedesse a marcação, a orientação era não levé -lo para casa. A medida reduziu a despesa da família em 56,6%.

já Antes, nós tânhamos, em média, R$ 600 para custear as despesas com alimentação e higiene, mas meu marido fez uma lista com um gasto total máximo de R$ 260. O azeite, por exemplo, tinha um limite de pre o de R$ 14, Como está custando R$ 18, ficou na prateleira desta vez já contou Cristina Mé rcia, que envolveu os filhos adolescentes no ajuste fiscal domêstico.

Além da lista, os consumidores voltaram a substituir produtos caros por itens mais baratos, e ainda estão reduzindo a quantidade de alimentos comprados, ainda que mantenham a marca e o padrão do produto. Segundo a associação que representa os supermercados, cortar a quantidade é a última alternativa ao consumidor em dificuldades.

já As redes de varejo do Rio vé o intensificar as ofertas para segurar a retração das vendas, que chegou a 2%, em todo país, neste início de ano. Além disso, o comércio está investindo em marcas pré prias, que são até 40% mais baratas, e ainda oferecendo mais produtos nas gé ndolas com uma escala de pre os que permita ao consumidor encontrar o que cabe em seu bolso já revelou Fé bio Queiré z, presidente da Associação de Supermercados do Estado do Rio (Asserj).

Outra estraté gia é planejar um cardé pio ou uma lista já semanal ou quinzenal já com os produtos que o consumidor necessita comprar. Esta op o, no entanto, deve acompanhar as oscilações de pre os dos produtos, especialmente frutas, legumes, verduras e tubé rculos.

já Os mercados e as lojas, de uma maneira geral, se programam com ofertas para a primeira quinzena do mês, com produtos de abastecimento, e para a segunda quinzena, com produtos de reposi o para a despensa já disse o consultor de varejo Marco Quintarelli.

Refei o em casa sobe mais do que na rua

Os brasileiros cortaram a comida fora de casa, mas foram surpreendidos pela alta da inflação dos alimentos consumidos no próprio lar, que subiu mais do que a alimentação na rua. Segundo o é ndice de Pre os ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estaté stica (IBGE), a alimentação em domicé lio subiu 14,81%, nos últimos 12 meses. Já a refei o em lanchonetes e restaurantes teve aumento de 10,15%.

já A pesquisa de pre os é a arma que o consumidor tem contra a inflação. O que aconteceu é que boa parte dos alimentos subiu muito, especialmente aqueles do cardé pio bé sico, como arroz, feijá o, carne e in natura já disse o economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Quantidade cai pela metade

O aposentado Enival Santos, de 56 anos, foi mais radical no ajuste das contas de casa e, ao ser surpreendido pelo pre o do quilo da cenoura a R$ 6,98, decidiu cortar a quantidade do produto pela metade.

já Antes, eu comprava um quilo. Agora, vou levar meio. Tenho feito isso com outros produtos, como a ma . Já a batata-baroa, que eu consumia é vezes, chegou a R$ 10, o quilo. Deixei de comprar. Além de cara, a cenoura está feia já reclamou.

Nos últimos 12 meses, o grupo de alimentos em que está a cenoura já de tubé rculos, raé zes e legumes pesquisado no IPCA, teve aumento de 34,86%, na Região Metropolitana do Rio.

Hé aumento de pre os na gé ndola

Um sinal dos tempos de inflação de dois dé gitos é o que os consumidores tem observado nas gé ndolas de alguns supermercados: grande quantidade de etiquetas expostas numa mesma prateleira. No passado, a remarcação de produtos com máquinas manuais era a imagem da queda de poder de compra.

já Os supermercados tem sentido a alta nos custos, mas o repasse aos consumidores tem variado de acordo com as redes. Por isso, a orientação é que o comprador compare os pre os entre as diferentes marcas para encontrar o menor custo já observou professor de economia Alexander Lima, do Centro Université rio Celso Lisboa.

Os custos com energia e distribui o também influenciam no pre o final.