O valor da experié ncia
16/01/17

O valor da experié ncia

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Educação financeira, na minha experié ncia, é também reflexé o financeira. Acredito que as atitudes com relação ao dinheiro estão acima das contas e cé lculos financeiros que podem ser feitos por máquinas, programas, aplicativos e outras formas automatizadas; entretanto, não somos máquinas. Ainda.

E como andaré o os jovens que hoje convivem com tantas obrigações e, assim, se mostram pressionados? Muitas vezes, sem a mesma garra dos seus pais ou avós que viveram em tempos muito, mas muito mais difáceis.

Recentemente, tive a oportunidade de proferir palestras sobre comportamento financeiro para um grande grupo de trabalhadores, em sua maioria com ensino médio, mais pré ticos do que té cnicos, com idade média de quarenta e poucos anos e no comando de equipes profissionais não tão qualificadas do ponto de vista já educação formal já . As observações foram surpreendentes, pois as formas de poupar e conquistar revelaram pessoas com muita vontade de crescer em todos os sentidos.

Terminada esta experié ncia fui proferir outra palestra, nos mesmos moldes, desta vez, para um pé blico jove, média de 25 anos, primeiro emprego, trainees selecionados entre quase dez mil candidatos, todos com nível superior, alguns já preocupados ou cursando pé s-graduação, vivé ncias variadas no exterior e assim por diante. Que desafio! Como manter atenta esta plateia já dispersa por conta dos celulares, aplicativos, jogos, já Face já e tantas outras coisas tão presentes nessa geração.

Tanto na turma dos trabalhadores como dos trainees optei por iniciar o trabalho aplicando um jogo baseado em recursos naturais cujo objetivo era administrar tais recursos e ver quais os grupos que conseguiriam terminar as diversas fases sem destruir o meio ambiente e, ainda assim, manter o suficiente para o sustento no futuro. Uma meté fora para ser comparada com o dinheiro nosso de cada dia.

O jogo come a, escolhem-se os lé deres de cada grupo, bem como o papel de cada um e finalmente os grupos vé o desenvolvendo suas pré prias formas de jogar. Os mais velhos, por assim dizer, estavam mais descontraé dos, os mais jovens, tensos; afinal, devia haver alguma já pegadinha já . Os mais velhos usavam a experié ncia e os mais jovens faziam cé lculos, produziam tabelas. Os mais velhos sorria, trocavam experié ncias, os mais jovens competiam sem nem saber se deveriam fazé -lo. O jogo acabou e, para a frustração de alguns, não havia vencedores, perdedores e muito menos a esperada já pegadinha já . Era hora de contabilizar os resultados, discutir os mé todos e té cnicas utilizadas em cada fase. A conclusão viria mais tarde.

Iniciei, depois de um pequeno intervalo, a minha palestra. Silé ncio na sala. O comportamento durante a palestra fora igual nos dois diferentes grupos com muita aten o, poucas observações e muita reflexé o. Nada de números, mas abordei alguns temas como vaidade, consumismo, despreocupação com o futuro, atitudes já Não imaginei que os jovens teriam pacié ncia em me ouvir. A cada frase, a cada exemplo, as expressões se mostravam mais sé rias parecendo que, dentro de cada cabe a, as coisas iam se encaixando como se minhas palavras estivessem completando algo que estava faltando no dia a dia financeiro daquelas pessoas, fossem elas jovens ou não.

Depois de mais de duas horas prendendo a aten o daqueles jovens terminei a palestra com um dado surpreendente, que fez a reflexé o chegar ao seu ponto máximo. O jogo era o mesmo, as regras idé nticas, o material igual, poré, os já jogadores experientes já terminaram o jogo em menos tempo e, ainda por cima, com um resultado melhor. Para aqueles jovens, aquilo que havia acontecido era algo imprové vel, mas aconteceu.

Uma vida equilibrada, mais natural, mais participativa, com um nível de competitividade adequado é manuten o de cordiais relações para se alcané ar bons resultados foi a grande li o daquele dia. Sem humildade em reconhecer que aprendemos todos os dias, sem respeitar a experié ncia das mais diversas pessoas que cruzam nossas vidas, sem entender que experié ncia é algo que se adquire com o tempo, os nossos jovens estaré o escolhendo um futuro de frustrações, não sé financeiras, mas também pessoais já é que hoje já se mostram atravós de relações fré geis, imediatismo, consumismo exagerado e infelizmente, em muitos casos, em vé cios.

Reflexé o financeira é muito mais do que ter e manter o dinheiro, é saber dosar as coisas, procurar equilé brio, uma vida mais completa, saber administrar as inevité veis adversidades da vida; afinal, a tão buscada felicidade não está sé na quantidade de dinheiro que se acumula.

Seja um jovem feliz e responsável com o objetivo de ser um adulto respeitado. O dinheiro será apenas uma parte de seu projeto de vida. Tenha certeza disso.