Novos programas de Educação  Financeira tem   como base o comportamento do consumidor
12/12/17

Novos programas de Educação Financeira tem como base o comportamento do consumidor

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As relações de consumo no Brasil abarcam uma caracterástica peculiar do ponto de vista da compra voluntária de bens. Não obstante ao fato de produtos e serviços trazerem em seu bojo um apelo funcional, emocional ou social é necessidades de consumo, as decisões de compra tendem a não considerar por completo a capacidade financeira dos consumidores. Concorre para isto o alto grau de endividamento das famílias brasileiras já cerca de 58% se declaram endividadas, um padrão moderado, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio – e a baixa propensão é poupané a já em pesquisa recente o Banco Mundial atestou que os poupadores brasileiros representavam 28% da população nacional, metade do percentual verificado em outras economias.

Visando exortar a relevé ncia da formação financeira como via de aculturação do saber lidar com o dinheiro, emergem do mercado – por difusas iniciativas – cursos, programas e portais online de educação financeira. O propósito louvé vel é o de escrever um capítulo racional no momento das decisões de compra e na otimização do consumo de produtos e serviços, em aceité vel ode é relações equilibradas de consumo.

A depender, contudo, dos dados de poupané a e do grau de endividamento apresentados, estas iniciativas tem sido insuficientes para ensejar uma relação de consumo satisfatoriamente saudável ao aspecto econé mico.

Pesquisas do Banco Mundial que recentemente revisitaram a literatura dos programas de educação financeira atestam que tais iniciativas com foco exclusivamente pedagé gico e difundidas em larga escala no mercado não conseguem mudar o hábito das pessoas e que o processo deve considerar outros elementos cré ticos ao aprendizado, como as diferené as individuais e a necessé ria mudané a de comportamento e o seu aspecto não imediatista. Os programas de educação financeira que efetivamente se prestem a inserir o conceito econé mico nas relações entre consumidor e provedor de produtos e serviços precisam já de forma imperativa – atuar sob o prisma do vié comportamental do consumidor, modulando uma convivé ncia contânua, presente e longeva com este mesmo consumidor, resultando numa efetiva mudané a de comportamento na arte de se lidar com o dinheiro. é necessério conhecer na prática as funé ões dié rias deste consumidor a partir de intervené ões té picas em seu modelo de consumir e na sua relação com o dinheiro. Programas de educação financeira que atuem sob frentes multidisciplinares de interpretação e observação do comportamento do consumidor estão na vanguarda deste novo modelo de educação, que sustentaré um novo consumidor e uma nova relação de consumo.

Um bom trabalho neste sentido é o Né cleo Interdisciplinar de Educação Financeira criado pela PUC-Rio que, estimulada pela Comissão de Valores Mobilié rios, desenhou um programa cujo eixo central está em gerar uma mudané a de comportamento do consumidor, atuando na observação, convivé ncia, interven o em campo e promovendo discussões dirigidas em conjunto com entidades consumeristas e é rgé os regulamentares.

Considerando, pois, que os programas de educação financeira tendem a se moldar neste veio, cabe ponderar que um novo padrão de comportamento deste consumidor – então mais preparado e capacitado para tomar decisões de consumo – emergiré . Seré mister, da mesma forma, que as organizações se inclinem a compreender quais os produtos e serviços valeré o para este novo patamar de relação, mais está vel, equilibrada e sustenté vel.