Educação financeira para os pequenos
Quem leu o clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carol, deve se lembrar do momento em que Alice ficou em dé vida sobre duas trilhas a seguir. Naquele instante, ao ver que o gato risonho a observava, questionou qual caminho deveria percorrer. O gato imediatamente retornou a questão : já Aonde você quer chegar? já Alice respondeu: já Eu não sei! já O gato logo concluiu: já Então qualquer caminho serve, para quem não sabe aonde quer chegar já .
Decidir aonde se quer chegar é o primeiro passo para a educação financeira. Assim como na fabula de Lewis Carol, na vida real também é preciso tomar decisões. E quanto mais cedo estivermos preparados para mudanças de comportamento, de hábitos de gastos, de investimentos e tempo, será mais fácil compreender a diné mica do sistema financeiro.
Para que o assunto não pare a um bicho de sete cabe as para os adultos do futuro, quanto mais cedo for colocado em debate em salas de aula, menor será o gargalo da falta de conhecimento financeiro no Brasil. Explicar de forma simples como o dinheiro faz parte do nosso cotidiano, tanto na educação infantil quanto nos ensinos fundamental e médio, é tão importante quanto ensinar matemática e portugué s.
Um projeto de lei que tramita no Congresso Nacional propõe a inclusão oficial da educação financeira no currículo escolar dos ensinos fundamental e médio. Apesar de ainda não ser obrigaté rio, a disciplina já é aplicada em alguns colé gios da rede particular. Mas o grande desafio das instituições de ensino será trabalhar a educação financeira de forma transversal, inclué da em diversas disciplinas. Não é possé vel falar de economia, dinheiro e sustentabilidade sem tratar o impacto que tudo isso causa no nosso dia a dia, especialmente no relacionamento entre pais e filhos.
O mais indicado é que o interesse seja despertado ainda na educação infantil e o tema deve fazer parte das conversas em casa também. O objetivo não é fazer com que as crianças aprendam a economizar para consumir cada vez mais, mas que conhe am o valor do dinheiro e aprendam a fazer boas escolhas com as possibilidades que teráo na vida. A abordagem deve ser lé dica e significativa para cada faixa eté ria.
é muito importante que as crianças sejam incentivadas a tomar certas atitudes, como guardar uma parte da mesada, ajudar na elaboração de uma lista de compras de supermercado e economizar é gua e luz. Nesse sentido, o trabalho em conjunto da família e da escola se tornam essenciais para o sucesso da formação financeira dos pequenos. Mais tarde, esse hábito será é til para a economia e boa utilização dos recursos financeiros que irá o dispor.
Durante a adolescé ncia, a educação financeira deve estar calé ada em dois pilares que são as respostas para duas perguntas básicas. Qual é o meu projeto de vida? E o que devo fazer para realizé -lo? Na primeira questão, é possé vel perceber o quanto eles podem ser autores da sua pré pria histé ria. Já na segunda, hé uma provocação para que o planejamento, o conhecimento té cnico e a reflexé o se tornem o ponto inicial para ações empreendedoras.
Por fi, todo projeto de vida financeiro precisa estar alinhado a uma vida em sociedade e a independé ncia moneté ria não deve ser a é nica meta. A educação financeira está além da matemática financeira e dialoga com as os quatro pilares da educação mundial no sé culo 21: aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a aprender. E, por tamanha importância, se faz necessé ria nas salas de aula das escolas brasileiras.