Gastar mais do que pode é pesadelo no fim de ano; veja dicas para evitar dor de cabeça
Compras conscientes não são só as que pensam na sustentabilidade. O bolso também é parte importante na hora de garantir todos os presentes de Natal. Mas, para que a alegria da data não se torne um problema no início do ano novo, é preciso planejamento e alguns cálculos.
O economista Jorge Manuel de Souza Ferreira, professor da Unisanta, explica que a facilidade de comprar pela internet e por aplicativos tem feito ainda mais gente ser atraída e perder o controle das contas. Por isso, a primeira e mais importante regra antes de pensar em dar presentes a alguém, ou para si mesmo, é avaliar a necessidade daquela compra.
“Tem que fazer uma lista, logicamente se organizando em relação às necessidades. Não adianta listar o que quer, se o bolso não comporta”, diz.
Segundo ele, quem já está endividado deve segurar o ímpeto consumista dessa época do ano e usar todo o dinheiro que entrar para renegociar juros e pagar dívidas. “Senão, o consumidor parcela o Natal de 2018 para terminar de pagar só no Natal de 2019”, aponta.
Uma dica para quem estiver se sentindo mal por achar que alguém da casa ou do trabalho pode ficar sem presente, é sugerir um amigo secreto com valor médio do presente estipulado e até uma lista de desejos.
“Muitos fogem, mas é interessante por ue cada um gasta com apenas uma pessoa e ainda assim todos saem presenteados”, indica o professor.
Se mesmo assim os valores dos presentes exigidos não se encaixarem na realidade financeira atual, é melhor recuar. “Feio não é dar lembrança. Feio é depois entrar no rotativo do cheque especial”, diz Jorge Manuel Ferreira.
Ansiedade de consumo
Rogério Salles, professor da Escola Superior de Administração e Gestão (Strong Esags) nas disciplinas de Administração Financeira, Administração Estratégica e Jogos de Negócios concorda. Diz que num ano de mudanças políticas não é muito inteligente começar 2019 no vermelho.
“Porque o fato é que existe mais de 63 milhões de pessoas inadimplentes no Brasil e isso não vai acabar do dia para a noite. Então, é preciso atenção. A economia ficou estagnada por um período e já vemos sinais de recuperação. O clima é positivo para compra e é preciso resistir a impulsos”, explica.
Até aos mais planejadores, um erro comum, mesmo estipulando os gastos com cada presente, é o da ansiedade de compra, segundo o professor. Porque, até o Natal, muita gente acaba comprando por impulso, pelas promoções inclusive de extensão da Black Friday ou gasta por impulso o que estava fora da planilha de gastos.
“Quem puder, espere, para saber como ficará a economia e porque os preços devem baixar com o lançamento de produtos novos ano que vem. O filho quer um smartphone? Tenha uma conversa franca com a família agora e garanta o presente depois. Faz parte da educação financeira ser franco e respeitar números”, ensina.
De acordo com os especialistas, dependendo da saúde financeira de cada um, é possível gastar parte do 13º para presentear as pessoas, desde que as contas estejam pagas, sem esquecer dos reajustes e das despesas de janeiro.
Fonte: A Tribuna