Álbum da Copa: trocar figurinhas pode dar educação financeira às crianças
A cada quatro anos, gerações se reúnem em torno de um só objetivo: preencher o álbum de figurinhas da Copa. A troca de figurinhas é uma brincadeira lúdica para todas as idades, mas traz um valor a mais para os pequenos – inclusive quando o assunto é educação financeira.
“Pode-se utilizar o álbum para incutir na criança a ideia de orçamento, no momento em que você estabelece para ela um limite temporal de gastos para adquirir as figuras”, exemplifica o economista Sergio Dias.
Na prática, funcionaria do mesmo jeito que acontece com nós, adultos: temos um orçamento para bancarmos nossas contas por determinado tempo. No caso deles, serão alguns reais para comprar suas figurinhas. Aqui, as crianças aprenderão que não podem comprar todas que veem pela frente, pois dinheiro é um recurso finito.
Para economizar – ou quando a grana acaba –, elas terão que aprender a se virar se quiserem completar o álbum da Copa. “É nesse momento que a criança também aprende a lidar com suas frustrações, a persistir quando não encontra a figurinha que tanto precisa e tem dificuldade até nas trocas de figurinhas”, diz a psicóloga Lidiane Silva.
Falando nisso, essa é uma outra oportunidade de aprendizado. Além de aprender a negociar – o que também envolve conceitos de valor, pois há figurinhas mais raras que outras –, há melhora na socialização, o que é ótimo para crianças tímidas ou muito restritas aos mundos da casa e escola.
Como usar o álbum da Copa para ensinar educação financeira
As estratégias dependerão da idade da criança. De acordo com Silva, os pequenos são capazes de guardar seu dinheiro a partir dos 6 anos, porém, ainda haverá dificuldade em administrá-lo porque ainda não existe a compreensão do longo prazo. Essa noção apenas se desenvolverá a partir dos 11 ou 12 anos.
“Cabe aos pais aproveitar essa oportunidade e ensinar o valor desde a aquisição do álbum, de cada pacotinho de figurinha, e a soma total de todos os gastos. Cada figurinha estragada, colada errada ou perdida deve ser vista como um prejuízo e isso deve ficar claro para a criança”, aponta Silva.
Quando a criança tem irmãos, a brincadeira fica ainda mais divertida e pedagógica. “Neste caso, poderiam ser estimuladas as noções de parceria, sociedade, compartilhamento, etc.”, diz Dias.
Para a psicóloga, os ensinamentos vão além da educação financeira. “Essa interação deve ser o momento de se trabalhar as parcerias entre eles, podendo aumentar o vínculo de amizade, o respeito mútuo e contribuir com o fim das implicâncias e briguinhas que são comuns entre irmãos”, completa.