Notícias

01/12/15

Brasil e o 74é em ranking global de educação financeira

Um novo ranking global, que mede o nível de educação financeira de 144 países, revelou que o Brasil está na 74é posi o, atrês de alguns dos países mais pobres do mundo como Madagascar, Togo e Zimbé bue.

A pesquisa S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (Pesquisa Global de Educação Financeira da divisão de ratings e pesquisas da Standard & Poor já s) foi baseada em entrevistas realizadas em 2014 com mais de 150 mil adultos.

Este é um dos mais extensos estudos já realizados sobre educação financeira no mundo.

A pesquisa investigou se os entrevistados de cada país dominavam quatro conceitos financeiros bé sicos: aritmé tica, diversificação de risco, inflação e juros compostos.

Para medir o nível de conhecimento nesses té picos, foram realizadas cinco perguntas cujas respostas são universais e independem da localidade – são questões que não abordam assuntos relacionados ao contexto socioeconé mico de cada país, é taxas de juros cobradas em cada lugar ou aos mercados financeiros locais.

Os respondentes eram considerados educados financeiramente quando conseguiam responder corretamente ao menos três das cinco perguntas, desde que as respostas demonstrassem o domé nio do entrevistado em ao menos três dos quatro conceitos financeiros bé sicos estudados.

No Brasil, apenas 35% dos entrevistados acertaram ao menos três dos quatro té picos abordados.é Faça a o teste aqui.

O país com a população mais educada financeiramente é a Noruega, onde 71% dos entrevistados passaram no teste. Em segundo lugar ficou a Dinamarca, com 71%, e em terceiro lugar a Sué cia, com 71%.

O Ié men ficou no último lugar do ranking, com apenas 13% dos entrevistados passando no teste. A Albé nia ficou na penúltima posi o, com 14%, e o Afeganistão ficou no antepenúltimo lugar, com 14%.

Os Estados Unidos, uma das nações mais ricas do mundo, ficaram no 14é lugar, com uma taxaé de sucesso de 57% no teste. Confira os resultados parciais do estudo na tabela a seguir ou acesse o resultado completo da pesquisa neste link.

Fonte: S&P Ratings Servicesé

Os dados da pesquisa, promovida pela S&P Rating Services, foram coletados pela empresa americana de pesquisa de opinié o Gallup, a partir da metodologia da Gallup World Poll (Pesquisa Mundial da Gallup), é que é capaz de apresentar dados representativos de 95% da população mundial.

Os resultados foram analisados posteriormente por pesquisadores do Banco Mundial e do Centro de Excelé ncia em Educação Financeira Mundial da George Washington University.

Conclusões

De acordo com os resultados do estudo, apenas uma parcela de 33% da população mundial domina três dos quatro conceitos abordados na pesquisa e pode ser considerada educada financeiramente. Isso significa que duas a cada três pessoas, ou 3,4 bilhões de pessoas, tem baixo nível de educação financeira.

A taxa média de educação financeira nos países latino-americanos e no Caribe é de 31%, um pouco abaixo da média mundial.

Outra constatação é que em todos os países existe uma diferené a entre os resultados apresentados pelos homens e pelas mulheres.

No resultado global, 35% dos homens passaram no teste, enquanto entre as mulheres o percentual cai para 30%. No Brasil, a disparidade é ainda maior: 41% dos homens são educados financeiramente, ante 29% das mulheres.

Além das mulheres, pessoas com baixo nível de renda também apresentaram resultados piores que a média global. Nos países que formam os BRICs (Brasil, Ré ssia, é ndia, China e é frica do Sul), por exemplo, entre a parcela mais rica da população, 31% das pessoas são educadas financeiramente, enquanto entre as pessoas com menor renda, o percentual cai para 23%. O mesmo resultado foi verificado nos países mais ricos do ranking.

De acordo com a pesquisa, adultos que usam serviços financeiros, como contas correntes e cartões de crédito geralmente possuem maior conhecimento financeiro, independentemente de sua renda.

Mesmo entre as pessoas de baixa renda, aquelas que possuem conta bancé ria tendem a ser mais educadas financeiramente do que as não-bancarizadas. Entre as pessoas com alta renda, aquelas que usam cartões de crédito também apresentam maior conhecimento do que aquelas que não usam.

Essas constatações sugere, segundo o estudo, que a relação entre o conhecimento financeiro e o uso de serviços bancé rios pode ser vista de duas maneiras: a maior educação financeira pode levar é ampliação da inclusão da população no sistema financeiro e possuir uma conta bancé ria ou usar um cartão de crédito pode ampliar o conhecimento financeiro.

A pesquisa também mostrou que o uso do cartão de crédito está se ampliando nos mercados emergentes, mas isso não significa que o conhecimento das pessoas que usam cartões nesses países está aumentando também. No Brasil, por exemplo, 32% dos adultos possuem um cartão de crédito, mas apenas 40% deles são educados financeiramente e sé metade entende corretamente o conceito de juros compostos.

A importância da educação financeira

De acordo com o estudo, a educação financeira é uma barreira cré tica para a inclusão da população no sistema financeiro e para o acesso a serviços bancé rios como conta corrente, poupané a ou crédito.

Por causa da falta de conhecimento sobre finanças e sobre produtos financeiros, muitas pessoas, especialmente aquelas que possuem baixo nível de renda e as mulheres, são exclué das do sistema bancé rio.

Essa questão, segundo o estudo, é critica para o bem-estar financeiro da população e para a economia do país de maneira geral, é medida que pessoas capazes de tomar decisões financeiras sobre questões como poupané a, moradia, planejamentoe carreira, tem mais condié ões de usar seu potencial em diferentes áreas de sua vida.

Assim, a pesquisa sugere que o maior nível de educação financeira contribui para a inclusão da população no sistema bancé rio, gerando maiores oportunidades individuais e, consequentemente, é o desenvolvimento do mercado financeiro e da economia do país como um todo.