Brasileiro não sabe usar cartão de crédito; fatura consome um terço do orçamento
12/04/18

Brasileiro não sabe usar cartão de crédito; fatura consome um terço do orçamento

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Nos últimos tempos, os gastos excessivos com o cartão de crédito entraram no foco do Banco Central e de entidades de defesa do consumidor. No ano passado, chegou-se a lané ar uma campanha pelo já uso consciente já do cartão, e houve mudané a nas regras do pagamento do crédito rotativo, uma forma de diminuir os juros pagos pelo consumidor.

Mesmo assim, o pagamento da fatura do cartão ainda consome cerca de um teráo do planejamentode quem usa o já dinheiro de plé stico já . As novas regras do rotativo, que entraram em vigor em abril de 2017, também não foram suficientes para derrubar as taxas desse meio de pagamento. Assim, a recomendação dos especialistas é para que consumidores, no geral, não usem essa linha de crédito.

Segundo dados da plataforma de finanças pessoais Guia Bolso, em média, 33,22% dos ganhos foram usados para quitar a conta do cartão em janeiro já número até um pouco maior que o observado seis meses antes (32,81%). O número está bem acima do recomendado por especialistas já para Bruno Poljokan, diretor da fintech de crédito Just, o ideal seria algo em torno de 10%. Entre os principais gastos dentro da fatura do cartão estão as compras, que vé o desde roupas e utensé lios a jogos online, (26,93%), mercado (12,86%) e transporte (12,05%).

Gastos com serviços e mercado já além das famosas já parcelinhas já já são as principais contas da fatura do editor de vé deo Jo o Vitor Albuquerque. O saldo final das contas corré i 60% do planejamentotodo mês. O número é alto porque é no cartão que ele concentra todos os gastos já até a recarga do bilhete é nico. Albuquerque justifica que adota essa estraté gia para obter vantagens oferecidas pelas instituições financeiras como a conversão em milhas aáreas.

A peleja de todo mês é organizar as parcelas de modo a não comprometer ainda mais o fluxo de caixa e acabar caindo na ciranda de juros da dé vida mais cara do mercado: o rotativo do cartão de crédito. Quando era mais novo, tinha muita dificuldade de pagar, e acabava empurrando com a barriga. Não sei se o que faé o hoje é muito inteligente, mas foi como consegui me organizar”.

Para Nicola Tingas, economista da Associação Nacional das Instituié ões de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), as pessoas abusam do cartão de crédito pela falta de informação e pela necessidade de complementar a renda.

já Muita gente não tem não é o de que está com um produto tão caro e, quando vé, já está afundada em dívidas observa. Além disso, lembra, em fase de recuperação da economia, as pessoas come am a voltar a cometer pequenas já extravagé ncias já .

Hé um ano o governo mudou as regras do rotativo. Agora, os bancos são obrigados a transferir, após um mês, a dé vida do rotativo do cartão para a modalidade parcelada, a juros mais baixos.

A inten o do governo era permitir que a taxa de juros para o rotativo recue, já que o risco de inadimplé ncia, em tese, cai com a migração para o parcelado. A inadimplé ncia, de fato, caiu ao longo de 2017, de 5,7% em dezembro de 2016 para 4,9% no fechamento do ano passado. Mas o efeito das novas regras sobre os juros desse meio de pagamento está longe do esperado.

Embora em 2017 os juros do cartão tenham caé do 163,1 pontos percentuais em relação ao fim de 2016, de 497,9% para 334,6% ao ano, as taxas do dispositivo continuam altas. O juro médio total cobrado no rotativo, entretanto, subiu 5,9 pontos porcentuais de janeiro para fevereiro, segundo o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 328% em janeiro para 333,9% ao ano em fevereiro.

Compras parceladas são vilé do mau uso do cartão

Para Poljokan, da Just, o grande vilé o do cartão são as compras parceladas. Quando parcela o valor da compra, a pessoa perde a não é o de fluxo de caixa e vai comprometendo a conta até chegar ao limite e não conseguir pagar, acabando no rotativo explica.

Uma regra geral de finanças que ele recomenda é a 50-15-35, em que 50% do planejamento destinado a gastos essenciais, como aluguel e contas da casa; 15% para juros de financiamentos, como carros, apartamento ou empréstimo pessoal; e 35% para gastos com estilo de vida. O primeiro passo para se organizar, segundo Poljokan, é evitar parcelar compras atreladas ao estilo de vida já como salé o de beleza e viagens deixando essa facilidade para gastos maiores.

Além da comodidade de contratação e da popularização do cartão de crédito, Marianne Hanson, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), explica que o cartão toma tanto espaís o no planejamentoporque vem substituindo outras modalidades de dé vida mais utilizadas pelo brasileiro no passado, como o cheque pré -datado e o carné de loja.

No início de 2010, quando teve início a Pesquisa de Endividamento e Inadimplé ncia do Consumidor (Peic), medida pela CNC, o cheque pré -datado era apontado como a principal dé vida por 4% dos entrevistados. Já em maré o deste ano, essa modalidade foi apontada como a maior por apenas 1,2%. No caso do carné de loja, era o principal responsável pelas dívidas para 30% dos entrevistados em 2010, tendo caé do quase é metade no mês passado (16%). Já a dé vida do cartão de crédito hoje é apontada como a principal por 76,4% das famílias endividadas, de acordo com a CNC.