Com longevidade, executivos alongam suas carreiras e planejam sucessão
Eles estão ficando mais tempo no mercado de trabalho. Executivos de alto escalão, com 60, 70 anos, têm permanecido -e, algumas vezes, lutado -para ficar no cargo.
Roberto Setubal, 58, presidente do Itaú Unibanco, alterou a idade da aposentadoria compulsória e deve ficar mais quatro anos no comando do maior banco privado do país.
Aos 76, Abilio Diniz (que esteve à frente do Pão de Açúcar por cerca de meio século) concluiu uma reviravolta na carreira com a indicação para presidir o conselho de administração da BRF (fusão de Sadia e Perdigão).
Pesquisas da consultoria de recursos humanos Mercer revelam que os executivos mais experientes surfam uma onda de valorização.
"Antes, as empresas optavam por executivos na faixa dos 40 anos, mas isso vem mudando", diz Carolina Wanderley, da Mercer.
Um dos motivos é que, com o dinamismo da economia, há uma carência de profissionais prontos para assumir funções de comando.
"As empresas têm reconhecido que executivos com 60, 65 anos ainda têm muito a contribuir", afirma.
Mas isso não é uma regra de ouro.
A "estratégia Bento 16" de gestão de carreiras, em que o executivo pede para sair e planeja sua sucessão, tem defensores e traz vantagens para companhias e, sobretudo, para os novos talentos.
Fonte: Folha de São Paulo