11/07/13

Crise reduz taxa de fertilidade em 28 p ses da Europa

A crise econômica levou a uma queda geral na taxa de natalidade na Europa desde seu início, em 2008, segundo um estudo do Max Planck Institute for Demographic Research (MPIDR), da Alemanha. 
A pesquisa, publicada onte, verificou essa relação em 28 países europeus, onde houve alta de desemprego combinada com um menor índice de nascimentos por mulher. "Em geral, quanto mais o desemprego aumentou, maior foi o decréscimo na fertilidade, em comparação ao número de crianças por mulher que seria esperado sem a crise", disse o MPIDR em um comunicado. 
Segundo o instituto, o maior impacto da crise foi verificado no estrato de jovens adultos, justamente o mais afetado pelo desemprego. "Europeus abaixo de 25 anos têm especialmente evitado ter filhos frente à crescente taxa de desemprego", constatou o MPIDR. 
A atitude de não gerar uma criança foi marcadamente mais forte entre as mulheres que ainda não têm filhos. "Quer dizer, ao longo da última década os jovens europeus têm particularmente adiado a formação de famílias." 
Segundo o MPIDR, ainda não se pode afirmar que esses hoje jovens europeus terão, em média, menos filhos do que seus pais. Isso pode significar, diz o estudo, que eles têm a intenção de ter filhos mais tarde, mas não necessariamente indica a decisão de não ter filhos. 
"Planos de fertilidade podem ser revistos mais facilmente em idades jovens do que em idades em que os limites biológicos de fertilidade estejam se aproximando", diz a demógrafa Michaela Kreyenfeld, do MPIDR. Entre a mulheres com mais de 40 anos, afirma, a taxa de fertilidade mudou. 
A relação entre economia e fertilidade ainda é questão controversa. Mas, para o MPIDR, "o estudo prova que a dimensão do desemprego em um país europeu contemporâneo de fato tem um efeito sobre as taxas de nascimento. 
A pesquisa mostra que os efeitos da recessão começam a aparecer em 2008. "A crise financeira atingiu a Europa em um período em que as taxas de nascimento começavam a subir novamente", diz Kreyenfeld. "Em alguns países, a crise interrompeu a tendência de alta. Em outros, as taxas de nascimento começaram a cair."