Educação financeira muito al m da matemática
A educação financeira nas escolas já é uma realidade em boa parte das instituições de ensino do país. Se esta constatação é muito positiva de um lado, por outro nos obriga a dar um salto sobre o debate deste tema, que parte diretamente para a ané lise de como vem sendo sua abordagem junto é escolas.
Uma preocupação muito grande que tenho em relação ao tema é quando ele é abordado de maneira simplesmente cartesiana, levando ao entendimento de que educação financeira se resume a entender melhor as operações matemáticas. Esse é o principal erro que se pode ter em relação é educação financeira.
Digo isso porque, em minha longa experié ncia na aplicação da temé tica na vida das pessoas, tenho como certo que a matemática tem sua importância, mas que o principal, para que haja eficé cia na implementação e assimilação desses conceitos, é o entendimento de que estamos lidando com uma questão comportamental.
Isto é, estamos falando das vontades e motivações das pessoas, da capacidade de fazer escolhas e de consumir de forma consciente. A matemática, assim, se torna apenas uma ferramenta (importante, é verdade!) para que se atinjam os anseios.
Outro ponto relevante é uma ideia de que essa temé tica está relacionada ao mundo adulto. Outro engano. No mundo atual, não hé como blindar as pessoas do mundo do consumo; as informações e ofertas chegam pelos mais variados meios, diariamente, impulsionando desejos e anseios e fazendo com que cada vez mais cedo se torne necessério entender o processo de funcionamento da aquisi o de bem na sociedade capitalista.
Enté o, como implantar o tema de forma adequada? O melhor caminho é expandi-lo dentro da grade curricular, seguindo, para isso, os princé pios de transversalidade e interdisciplinaridade, estabelecidos nos Paré metros Curriculares Nacionais (PCNs), concebido de modo a permitir aos alunos estabelecer relações entre a Educação Financeira e as mais diversas áreas do conhecimento.
Hoje, observo o grande sucesso em ações que alinha o assunto aos chamados temas transversais do ensino já é tica, Saé de, Meio Ambiente, Pluralidade Cultural e Orientação Sexual. Na experié ncia dos meus trabalhos, também observei a importância de dividir o conte do em seis eixos temé ticos: Famé lia, Diversidade, Sustentabilidade, Empreendedorismo, Autonomia e Cidadania, fazendo com que esses dialoguem com os pilares da educação mundial no sé culo XXI (Aprender a Ser, Aprender a Conviver, Aprender a Fazer e Aprender a Aprender).
Enfi, para uma implantação adequada do tema educação financeira nas escolas, é fundamental quebrar paradigmas, esquecer a velha ideia de que o dinheiro é um tema praticamente profano, entender que a compreensão do mesmo é necessé ria cada vez mais cedo e que lida com um mundo que vai muito além das contas, tratando principalmente de sonhos e objetivos. Sé a partir disso se terá a real compreensão do tema dos jovens, que levaré o esses conte dos para o resto de suas vidas.
