Educação financeira na infância torna adultos livres de dívidas
09/11/18

Educação financeira na infância torna adultos livres de dívidas

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Economizar dinheiro não é uma característica tão comum do brasileiro, mas que vem sendo pratica­da na medida do possível. Segundo levantamento do Indicador de Reserva Financeira da CNDL (Confedera­ção Nacional dos Lojistas e do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), apenas 10% da população brasileira destina um valor para investimentos ou poupança. A grande maioria guarda somente o que sobrar do orçamento. Esse é um fato que deve ser mudado, principalmente para dar bons exem­plos às crianças.

“Investir ou guardar dinheiro é questão de educação e precaução. Os pais podem iniciar desde a infância a crian­ça a poupar dinheiro. Um exemplo é fazer uma poupança para ela, enquanto ela é pequena. Muitas vezes, alimen­tando com quantias que caibam no orçamento mensal­mente, ela poderá ter um montante significativo no futuro, que poderá ser investido na educação dela, por exemplo”, aconselha o planejador financeiro Antônio Carlos Gomes Junior.

Segundo ele, a criança deve participar do processo de depósito bancário, por exemplo, guardar em seus perten­ces o cartão da poupança em seu nome, e ser estimulada a sempre que ganhar uma quantia extra, em Natais, aniver­sários, separar uma parte para o depósito na conta. “É uma atitude bem simples, mas que tornará ela consciente desse hábito também na fase adulta”, ressalta.

O investimento, disponível em vários programas bancá­rios, pode ser feito por pessoas que gostariam de ter uma rentabilidade maior e que possuam um montante acumula­do já significativo. O ideal, para saber qual programa se apli­ca à realidade financeira da família, é colocar tudo na ponta do lápis, analisar juros e valores, para então tomar uma de­cisão. “Às vezes, uma ajuda profissional pode ser a melhor saída para saber onde investir”, orienta.

O ideal é sempre ter um objetivo para guardar dinhei­ro, como pagar uma viagem, ter em mente o pagamento de impostos do início de ano, como IPTU e IPVA, matrícula e material escolar dos filhos, até mesmo a longo prazo, ter subsídio para manter um curso superior ou especialização no futuro. “É importante você proteger o dinheiro de você mesmo, porque tendemos a nos sabotar. Ele guardado em um local de difícil acesso, não será tão fácil de fazer retira­das para gastos supérfluos”, diz.

Tudo na ponta do lápis

Ter um controle de gastos é imprescindível para uma saúde financeira equilibrada. Além disso, Antônio orienta que todos da família precisam ter conhecimento das dívidas para que trabalhem juntos de forma a saná-las. “É sempre importante que você mantenha o índice de endividamento baixo, que são aqueles gastos básicos, como água, luz, te­lefone, internet, condomínio, algum financiamento imobiliá­rio, ou até mesmo do carro. Essas são as dívidas fixas. Você recebe 100% do seu salário, então separa os das dívidas, uma quantia de reserva e para o lazer – que todos precisam ter. Essa é a divisão mais adequada”, orienta.

Segundo Antônio, o ideal é sempre realizar pagamen­tos à vista, no débito. Porém, quem usa o cartão de crédito, pode ter um aliado importante em mãos, pois é possível ma­pear os gastos e, na medida do possível, reduzi-lo.