03/06/13

Educação financeira para incentivar a form é o humana

Por Juliana Britto

Português, História, Biologia. Essas, dentre outras, são disciplinas comuns no dia a dia dos estudantes. Mas, partindo da máxima de que escola é lugar para aprender, algumas instituições de ensino resolveram ir além do conteúdo tradicional, desenvolvendo atividades que estimule, não apenas a parte acadêmica, mas, sobretudo, a formação cidadã. Um projeto piloto de educação financeira foi implantado ao longo de dois anos em um grupo de instituições públicas de todo o país. Após o sucesso, avaliado pelo Banco Mundial (Bird), a iniciativa pode deixar de ser projeto para se tornar um programa adotado na rede pública como disciplina transversal.

A avaliação dos alunos apontou que 63% dos jovens que participaram do projeto poupara, pelo menos, uma parte de sua renda, em comparação com 59% dos alunos que integram o grupo que não recebeu as aulas de educação financeira. Uma parcela maior de integrantes do grupo, 53%, também apresentaram maior intenção em poupar. Além disso, 16% passaram a fazer uma lista de despesa mensal. Como decorrência da experiência, houve a instalação de um grupo de apoio pedagógico que, de acordo com o Ministério da Educação (MEC), discute a elaboração de material pedagógico de educação financeira para os nove anos do ensino fundamental e também para o ensino médio. Com isso, o projeto poderá ser ampliado atendendo de 15 mil a 90 mil alunos, dependendo dos recursos para impressão dos livros.

A capacitação de professores qualificados a repassar conteúdos de educação financeira aos alunos é mais um tópico que precisa ser desenvolvido. O projeto envolve a participação de secretarias estaduais de educação responsáveis por designar coordenadores que supervisionem e acompanhem o projeto nas escolas. A tendência é que a Associação Brasileira de Educação Financeira (Abef) participe da capacitação dos envolvidos, através de atividades presenciais e a distância com foco no monitoramento e acompanhamento da implementação da Enef.

A pesquisa que testou a eficácia do projeto comprovou que o programa de educação financeira nas escolas aumentou o conhecimento, melhorou as atitudes e provocou mudanças no comportamento financeiro dos alunos. Os jovens, após as aulas, ficaram mais propensos a poupar e administrar suas despesas. Com o propósito de ampliar o nível de educação financeira da população, o tema foi introduzido de forma transversal no currículo escolar dos jovens, incorporando 72 situações didáticas nas aulas de Matemática, Português, Ciências, Geografia, História, entre outras. Do projeto piloto participaram 891 escolas, sendo que 452 não receberem o material didático e não implementaram as aulas.

O projeto de lei tramita, desde 2009 no Congresso Nacional para incluir oficialmente a educação financeira no currículo escolar nos ensino fundamental e médio. Enquanto aguarda para entrar em pauta, o programa vem ganhando espaço na rede privada de educação.