ENCONTRO NO SUL DEBATE DIVERSIFICA é O DE ATIVOS
Enquanto manchetes como “fundos de pensão cortam metas de rentabilidade” chegam da mídia, as questões sobre taxas de juros mais adequadas aos fundos de pensão ganham a tônica entre dirigentes, gestores e profissionais do segmento previdenciário. Sob o tema “taxas de juros: um mercado individualista para um produto solidário”, mais de 400 inscritos discutem em Curitiba os caminhos para o futuro da previdência complementar fechada.
Para o Superintendente Geral da ABRAPP, Devanir Silva (na foto, segundo da esq. para a dir.) o tema envolve três vetores para a discussão: momento para rever alocações, modelos de ativos e passivos e a parte contábil. “Ao nosso País, a queda de juros é importante. Para nós, gestores, é também uma preocupação”. Ele acrescenta a importância do preparo técnico com certificação para quem trata dos processos decisórios.
“A palavra é diversificação. Temos que sair da linha de conforto”, diz Wilma Gomes Torres (na foto, primeira da esq. para a dir.) coordenadora geral de Monitoramento Atuarial da PREVIC. Num panorama nacional que envolve 337 fundos de pensão, 1091 planos de benefícios e 32 milhões de participantes, é cada vez maior a importância do olhar do órgão fiscalizador. “Após 35 anos, estamos entregando os benefícios concedidos. É chegada a hora de manter a promessa e corresponder às expectativas dos participantes”. Wilma afirma que mudanças hoje garantem à PREVIC uma convivência direta com o mercado, além de linhas de supervisão baseada nos riscos. “Sobre os reflexos das taxas de juros, nós, órgão fiscalizador e normativo, precisamos estar juntos para discutir com os fundos”.
Segundo Guilherme Benites (na foto, terceiro da esq. para a dir.) coordenador técnico da Aditus Consultoria Financeira, os impactos nos planos de benefícios são evidentes. “Não podemos perder o foco”. Ele acrescenta que a questão contribuições x expectativas de recebimento na aposentadoria envolve ações como o uso de novos instrumentos financeiros. “Dos 70% permitidos aos fundos de pensão para investimentos na bolsa, apenas 30% são utilizados”. Guilherme aposta que a diversificação da carteira de investimentos permite retornos em outras classes de ativos, além de obrigar o monitoramento dos riscos das demais classes. “Enxergar os riscos corretamente não é uma tarefa simples, mas é uma tarefa vital”, resume.
Consultor Sênior em Previdência na área de benefícios da Towers Watson, Evandro Oliveira (na foto, quarto da esq. para a dir.) explica que para manter 6% de meta atuarial ao ano na atual conjuntura, os fundos vão precisar de uma “fronteira eficiente” e administrar diferentes riscos. “É importe discutir as alocações de modo alinhado com o perfil do seu participante. Imaginar que as patrocinadoras simplesmente irão injetar mais recursos não é possível”.
Evandro reforça ainda a importância de aprimorar a comunicação com o participante – seja para o aumento das contribuições voluntárias para manter o patamar dos benefícios desejados, seja para informá-lo sobre novas alternativas de investimentos. “É preciso rever as estratégias de alocação. Aqui entram a integração dos fundos de pensão, dos atuários e dos gestores financeiros”.