11/10/12

Fundos teráo de diversificar riscos

 A queda de juros no Brasil motivou a empresa Towers Watson a realizar um seminário sobre previdência complementar em São Paulo, dia 2 de outubro. O evento reuniu alguns dos maiores executivos, investidores e especialistas do segmento, que durante os painéis abordaram questões fundamentais para a sustentabilidade do sistema. O secretário adjunto da SPPC (Secretaria de Políticas da Previdência Complementar), José Edson, apresentou a visão do governo e anunciou medidas técnicas que objetivam aprimorar e regular o sistema. Segundo ele, apenas 2,7% da População Economicamente Ativa contam com a cobertura da previdência complementar. Para ele, um dos maiores concorrentes da previdência complementar é aumento de consumo, que de acordo com o Banco Central, passou de 25% para 50% do PIB em 10 anos. A consequência disso tem sido o endividamento das famílias.

Entre os consultores da Towers Watson, é consenso que a indústria dos fundos passa por um período de transição. Os gestores terão de encontrar alternativas aos investimentos de renda fixa, que não vão oferecer rentabilidade suficiente para arcar com o pagamento dos compromissos assumidos no futuro. Além disso, os fundos de pensão terão de assumir mais riscos, com alternativas que caminham na direção da tendência global: renda variável, investimentos na área de infraestrutura e imóveis, por exemplo. Sobre o cenário econômico, os consultores da Towers Watson acreditam que os juros deverão continuar abaixo de um dígito, e que a inflação pode subir um pouco, influenciada pelo consumo. Caso isso ocorra, os fundos de pensão continuarão com muita dificuldade para alcançarem suas metas e os participantes deverão ter maior influência na tomada de decisão sobre investimentos.