09/10/13

IPCA ficaré dentro da meta em 2013, afirmam economistas

Indicador da inflação acumulada em 12 meses desacelerou, mesmo sob pressão cambial

 

Sem a pressão dos alimentos que impulsionaram os preços no primeiro semestre do ano, a inflação em setembro teve como principal fator de alta o dólar mais caro. O IPCA subiu 0,35% em setembro, depois de apresentar elevação de 0,24% em agosto. As maiores pressões vieram das passagens aéreas que apresentaram alta de 16,09% e  do pão francês que ficou 3,37% mais caro.

 

Os dois itens subiram em razão da pressão do câmbio sobre o querosene de aviação e o trigo. O índice, segundo especialistas, destaca a necessidade de o governo continuar com a política de contenção de alta da moeda norte-americana, além de manter atitudes conservadoras em relação aos juros.

 

"Este indicador mostra como a economia pode ser contaminada pelo câmbio, exigindo forte política do governo nesta área. Mas apesar da leve alta, os números guardam um dado positivo que deve ser levado em conta. O indicador mostra que os alimentos pararam de forçar de maneira excessiva a alta da inflação, assim como aconteceu no primeiro semestre do ano", analisa Bruno Fernandes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

 

Para Fernandes, a tendência é de que a inflação não ultrapasse o teto da meta. "A trajetória de alta no indicador, daqui pra frente, é uma tendência, mesmo porque teremos outros fatores sazonais influenciando esta alta, como a demanda por alimentos no fim do ano, por exemplo. Entretanto, a tendência é de que o indicador feche o ano de 2013 abaixo do teto da meta, assim como previu o BC. Não há sintomas para alarde", afirma.

 

As expectativas quanto ao IPCA para 2013 estão alinhadas com as metas de inflação do governo, cujo teto corresponde a 6,5%. De acordo com o relatório do Banco Itaú, o patamar de 6,5% não será ultrapassado. "Em síntese, o resultado do IPCA de setembro veio em linha com a nossa projeção e com a mediana das expectativas de mercado, com acelerações específicas em alguns grupos. Nossa projeção preliminar para o IPCA de outubro aponta variação de 0,53%. Para este ano, projetamos variação de 5,9% para a inflação", diz o economista do Itaú Elson Teles, no relatório.

 

O índice que mede a inflação oficial foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de geografia e Estatística (IBGE). Pela primeira vez neste ano, o IPCA acumulado em 12 meses fechou abaixo de 6%, com alta de 5,86%. Em agosto, a taxa em 12 meses foi de 6,09%.