Na aposentadoria, risco vale para quem e mais jovem
Turbulência evidencia que investidor de previdência privada deve reduzir ativos arriscados quanto mais perto estiver de receber benefício.
Quando os mercados de ações cae, um dos maiores gatilhos de pânico para os investidores privados é o pensamento de que suas economias para a aposentadoria estão desaparecendo diante de seus olhos. Os planos de previdência privada foram duramente atingidos pela fraqueza recente do mercado de ações e muitos investidores privados também viram uma grande parte de suas economias para a aposentadoria ser corroída nas últimas semanas.
Mas os planos de pensão são veículos de investimento de longo prazo e os consultores estão confiantes de que as ações ainda são uma boa alternativa no longo prazo. Enquanto você conseguir suportar a volatilidade, não haverá motivos imediatos de preocupação. Mais sujeitas a risco estão as pessoas que estão se aproximando da aposentadoria ou já recebem pensão.
Desde o novo regime tributário adotado no Reino Unido em abril de 2006, os investidores podem manter seus fundos de pensão investidos em aposentadoria e tirar um percentual do bolo como renda a cada ano, em vez de comprar uma anuidade. Isso significa que, em vez de ter uma renda pré-determinada pelo resto da vida, a renda que a pessoa pode ter a cada ano vai depender do desempenho de seus investimentos.
Pessoas que compraram uma anuidade não verão mudanças, uma vez que isso garante uma renda determinada pelo resto da vida. Mas qualquer pessoa que tenha optado pelos saques parcelados poderá ter suas economias reduzidas.Os mais duramente atingidos serão aqueles que ainda estão agressivamente expostos às ações. Os investidores que estão prestes a se aposentar poderão ter que adiar benefícios até a recuperação dos mercados de ações ou ficar com um nível de renda menor que o planejado inicialmente. Se a pessoa quiser preservar o capital que lhe restou, isso poderá significar uma renda menor.
Investidores que já vêm recebendo aposentadorias no nível máximo, ou próximo disso, poderão constatar que no próximo ano receberão menos porque seus fundos restantes podem estar valendo menos. As pessoas que agora sentem que estão expostas demais às ações e, desse modo, vulneráveis a novas quedas, poderão tentar transferir parte de seus ativos financeiros para áreas mais seguras.
Investidores em fundos de pensão deveria, no geral, estar bastante posicionados em ações quando ainda estão distantes da aposentadoria. Geralmente vale a pena assumir mais riscos num estágio anterior, uma vez que há muito tempo para resistir aos ciclos de mercado. Quanto mais perto eles chegam da data da aposentadoria, mais eles deveriam olhar para os ativos mais seguros, como os títulos de curto prazo de alta liquidez e os bônus. Essa mudança na alocação de ativos é conhecida como investimento de ciclo de vida.
Consultores dizem que mais pessoas estão seguindo esse padrão, mas alguns investidores optam por ficar expostos a ataques de todas as direções e mantém suas aplicações em ações, mesmo próximo à aposentadoria, que acaba sendo adiada mais e mais, na tentativa de tornar as aplicações mais rentáveis – e isso é uma postura aventureira!
Afirmam ainda que os investidores sempre sentem a tentação de aderir ao investimento que estão na moda, sem pensar na aplicação em geral. A julgar pelo desempenho de algumas áreas mais populares no passado – os mercados emergentes ou os fundos imobiliários, por exemplo, esta pode não ser uma boa decisão. Fora o perigo de esquecerem seus investimentos previdenciários. Esse tipo de movimento do mercado deveria lembrá-los a prestar muita atenção onde estão investindo seu dinheiro e ter certeza que seus ativos estão no lugar certo, na hora certa.
Mas para os investidores previdenciários que ainda estão a alguns anos da aposentadoria, há pouca necessidade de mudar de objetivos. Os consultores julgam que qualquer um que esteja a cinco ou dez anos da aposentadoria deveria estar “comprado” (apostando na alta) o suficiente para compensar quaisquer perdas.
Baseado em artigo de Sharlene Goff – Financial Times