Não seja a pessoa mais rica do mundo…no cemit rio!
Há alguns anos li um artigo muito interessante cujo título era “Você quer ser a pessoa mais rica do mundo no cemitério?”. Este é um daqueles títulos para ser relembrado a todo o momento, pois nos faz pensar em questões importantes sobre a vida e pode levar a uma revisão de nosso planejamento financeiro de longo prazo.
Conseguir “calibrar” os gastos de hoje com a necessidade de poupança, de modo que não sobre muito, mas também não falte dinheiro para a aposentadoria, é um dos grandes desafios da Educação Financeira. De maneira geral, as nossas decisões podem levar a três resultados diferentes com relação a este tema:
A – Gastos excessivos: não poupamos o suficiente para o Futuro
Este é provavelmente o caso que ocorre com mais frequência e com certeza não estaremos correndo o risco de sermos os mais ricos do cemitério!
Nesta situação, não fazemos um planejamento de quanto dinheiro precisaremos em nossa velhice, momento este de nossa vida onde há um provável aumento dos gastos (com saúde, principalmente) aliado a uma diminuição de nossa capacidade de gerar renda através de nosso trabalho. O “longo prazo”, para a maioria das pessoas, situa-se em um horizonte de tempo entre 5 ou 6 anos, no máximo. Poucas pessoas se planejam para uma aposentadoria que se iniciará daqui a 20 ou 30 anos.
O resultado disso é que qualquer sobra de dinheiro hoje acaba sendo gasto em algo que não gerará nenhum valor no futuro. Claro, isso também significa maior “prazer” e eventualmente “qualidade de vida” no presente, mas em detrimento destes mesmos itens no futuro.
E aí nos deparamos com uma pergunta básica, que cada um de nós deveria saber a resposta. O quanto você deveria economizar hoje, para conseguir manter a mesma qualidade de vida em sua aposentadoria e ainda ter uma reserva para imprevistos? (Em breve estaremos disponibilizando uma planilha para você fazer este cálculo).
B – Acumulação exagerada
Este é o caso oposto ao de cima, ou seja, há uma priorização muito grande na acumulação do dinheiro. As causas para isso podem ser muitas.
Por exemplo, uma pessoa pode exagerar na importância de se economizar, cortar gastos, poupar e acumular dinheiro. Qualquer mínimo gasto supérfluo nos dias de hoje é evitado, mesmo que isso signifique diminuição considerável de sua qualidade de vida, tornando-se um grande sovina.
Outra razão é a necessidade de se ganhar dinheiro indefinidamente, seja para conquistar mais status, poder ou respeito. Homens e mulheres de negócio, agressivos e gananciosos, em busca constante de mais lucro, são o estereótipo mais comum para este caso.
Note que não há nada de errado em buscarmos o sucesso profissional e eventualmente criarmos negócios que gerem muito dinheiro. Mas a motivação por trás disso não deveria ser a simples acumulação monetária, mas sim o desejo de inovação e a melhoria de qualidade de vida de nossa sociedade.
Veja o exemplo de Warren Buffet e Bill Gates que doarão a maior parte de suas fortunas para instituições de caridade. Be, neste caso, ainda assim eles serão os mais ricos em seus cemitérios …
B – Equilíbrio
Esta é a situação ideal para todos! Há um planejamento financeiro para o futuro e ele é seguido mês após mês. Aproveitamos os prazeres da nossa vida hoje, mas não nos esquecemos de dedicar um bom tempo e esforço para construir riqueza e conhecimento para o futuro.
Impossível? Nem tanto. Comece hoje a pensar sobre isso, pois você ainda tem o resto de sua vida para implementar o seu plano.Mas procure fazer isso de maneira objetiva, através de cálculos e projeções. Neste caso, não vale tanto a pena confiar em sua intuição.