Previdência privada e atraente para jovens
Quanto você quer ganhar depois de se aposentar? Essa é uma preocupação que parte da população costuma ter apenas anos antes de chegar a se aposentar. Mas a contribuição com a previdência pública é suficiente para garantir tranquilidade? Economistas ouvidos pelo G1 dizem que o investimento é atraente para uma contribuição a longo prazo. "A aposentadoria do governo leva em consideração o salário nos três anos anteriores ao pedido. Já a previdência privada leva em consideração todo o período de contribuição. Se estiver faltando um período curto para aposentar, não vai compensar", diz Roque Mendes.
O setor de previdência complementar arrecadou, no ano passado, R$ 70,4 bilhões, um aumento de 31,5% em relação a 2011. Foi o maior crescimento de recursos desde 2004, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Os dados apontam ainda um crescimento na procura por parte das mulheres. Hoje, 42% dos contratos de aposentadoria complementar são assinados por mulheres. "Quando eu era pequena, minha mãe falava que o dinheiro era pra quando eu crescesse. A gente brinca que era para o casamento. Hoje, trabalhando, parte do meu salário vai para essa aplicação", diz Thaís Monteiro, de 24 anos. Ela está em um plano de previdência privada desde os 7 anos de idade.
As mudanças de regras no tempo de contribuição e nos cálculos empregados transformou a previdência privada em um produto interessante. "No sistema do governo, cada vez mais você perde com alterações no plano de previdência. É interessante se agarrar a uma coisa a mais, com regras claras e que garantam essa tranquilidade", diz o economista Roque Mendes. Para a manutenção do padrão de vida, o contribuinte deve antes conhecer os valores que vai receber do INSS. Para simular estes valores, o Ministério da Previdência Social disponibiliza na sua página na internet um simulador de tempo de contribuição.
Os especialistas avaliam que, com até 80% da renda que é recebida na época de aposentadoria, é possível manter o padrão de vida, baseando-se nos mesmos gastos. O restante seria complementado com a previdência privada. "Você vive com um benefício do governo somado com o resultado da aplicação financeira feita a longo prazo, quanto maior este prazo, maior o conforto", diz Mendes.