PRIMEIROS SALá RIOS – O QUE FAZER?
A inexperiência no trato com o dinheiro, os impulsos consumistas e a facilidade em obter crédito faz com que cresça o número de jovens brasileiros endividados. Mudar essa situação, organizando as finanças, é cada vez mais difícil e para isso os jovens devem saber o que fazer com os primeiros salários e bolsas-auxílios.“Ganhei o primeiro salário do meu primeiro emprego! Vou comprar um monte de coisa e fazer uma balada muito legal!” Esse é o pensamento da maioria dos jovens logo que recebem pela primeira vez o seu salário. Contudo, apesar dessa ideia parecer muito boa, ela traz grandes problemas para o jove, pois é fundamental que ele saiba o real valor do dinheiro, o respeite e guarde parte do mesmo para realizar seus desejos e sonhos.
Sempre pergunto aos jovens: Porque vivem em um padrão de vida acima do que podem? Porque o dinheiro não dá para chegar ao fim do mês? Será que o salário é insuficiente, suficiente ou já permite poupar? As respostas normalmente refletem uma situação de endividamento. Um dos motivos é que os jovens querem viver intensamente o hoje, esquecendo que o futuro reserva adversidades. É importante viver o presente, mas, isso não impede que já nos primeiros salários o jovem comece de imediato a planejar e construir o futuro com segurança para ter a certeza de uma vida melhor, com mais qualidade de vida, buscando a independência financeira, que proporcionará uma aposentadoria tranquila.
Para isso é preciso uma mudança imediata de comportamento junto ao dinheiro. É necessário aprender a planejar para realizar sonhos e objetivos, saber o quanto eles custa, quanto tempo levará para realizá-los, e, principalmente, quanto de dinheiro mensal de seu salário irá reservar.
O primeiro passo é “diagnosticar” a vida financeira, que significa tirar uma ‘fotografia’ da situação financeira, saber o ganho líquido, o que se gasta, quais as dívidas ou quanto dinheiro tem guardado. Deverá também saber para onde está indo cada centavo do dinheiro gasto com cafezinho, lanches, baladas, pizzas, cinemas e até mesmo gorjetas. Recomendo anotar por 30 dias todos estes gastos por tipo de despesas e no final do mês os valores deverão ser totalizados e analisados.
Depois é necessário “sonhar”, que significa estabelecer os objetivos que queremos realizar. Quando estabelecemos sonhos temos que saber o quanto custam e em quanto tempo queremos realizá-los. É importante ainda ressaltar que temos sonhos de curto (até um ano), médio (de um ano até dez anos) e longo prazo (acima de 10 anos). Este ponto é essencial para que a pessoa não desanime e foque seus objetivos, aliás, o sonho é o que move e estimula o ser humano.
Em seguida deve-se “orçar” o sonho. O orçamento servirá para uma visão plena da situação financeira, o quanto ganho, os gastos totalizados e o quanto estou reservando de dinheiro para os sonhos. A diferença neste orçamento é que primeiro vem o ganho, desse se tira o valor do sonho, para depois adequar o valor restante às outras despesas do dia a dia.
Por fim é se deve “poupar”, isto é, guardar dinheiro. Poupar engloba todos os tipos de investimentos: caderneta de poupança, título do governo, CDB, ações, entre outros. Este que garantirá a realização dos sonhos. O tipo de investimento que o jovem irá fazer dependerá do prazo de seus objetivos. Assim, não adianta investir em ação se precisa de dinheiro em um curto prazo. Para obter informações sobre o melhor tipo de investimento para sua situação é sempre interessante buscar um especialista.
Seguindo estas orientações os jovens não só iniciarão suas vidas no mundo do trabalho, como também já estarão se preparando para o futuro com saúde financeira, onde seus objetivos e sonhos serão realizados.
Reinaldo Domingos, Educador e Terapeuta Financeiro, autor dos livros Terapia Financeira, Livre-se das Dívidas, O Menino do Dinheiro – Sonho de família, O Menino do Dinheiro – Vai a escola