Quando chega a hora do resgate
No Brasil, a maior parte das pessoas que optou pela previdência privada ainda está em fase de acumulação de capital. É, em sua maioria, gente que começou a contribuir aos 20 ou 30 anos planejando a aposentadoria para 65 ou 70 anos. Mas uma parte dessa turma de quase 12 milhões de contribuintes já chegou ao momento de resgatar os recursos. Nessa “hora da verdade” surgem várias dúvidas, segundo os especialistas. É melhor optar por receber uma renda mensal vitalícia? Ou sacar o dinheiro e aplicá-lo no mercado financeiro em busca de uma rentabilidade maior? E, se essa for a opção, deve-se ir para a renda fixa ou tentar um ganho mais expressivo na Bolsa? Ou ainda: será que chegou a hora de parar de trabalhar?
Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, a melhor alternativa depende do perfil de cada pessoa. O educador financeiro Reinaldo Domingos lembra um ponto importante para quem pensa em sacar o dinheiro: como está a saúde do beneficiário e qual grau de informação ele possui sobre o mercado financeiro? “També, antes de decidir como se aposentar, a pessoa deve se perguntar se realmente chegou a hora de parar de trabalhar. Temos visto muita gente que optou pela parada aos 60 anos adiar a idade de aposentadoria”.
Ainda para os especialistas, apesar dos atrativos das aplicações – às vezes trocadas pelo recebimento da renda vitalícia, é preciso lembrar que a renda fixa está ficando menos atrativa, e a tendência é que os fundos imobiliários não repitam o ótimo rendimento de 2% ao mês. “E a Bolsa é uma alternativa apenas para o aposentado que tem outra fonte de renda, como aluguel de imóveis e a aposentadoria do INSS. Mesmo assim, só se deve aplicar 50% do capital”, afirma Miguel Ribeiro de Oliveira, da Anefac.