Seu pai sabe menos de finanças  do que você
11/08/17

Seu pai sabe menos de finanças do que você

paiefilho

Aquele ditado já mais sabe o diabo por ser velho que por ser diabo já funciona para muitas coisas, mas encontrou uma exce é o na educação financeira. De acordo com a pesquisa Gallup sobre capacidade financeira, os conhecimentos nessa área funcionam como uma figura ovalada: os jovens tem baixa educação financeira, esta alcané a seu melhor ponto entre os 36 e 50 anos, e a partir dos 51 anos segue trajeté ria descendente.

Isso é preocupante porque nos indica que é altamente possé vel que tenhamos poucos conhecimentos ao tomar nossas primeiras decisões financeiras já poupar quando temos o primeiro trabalho, como usar nosso cartão de crédito, escolher a primeira hipoteca. Mas, ainda que tenhamos aprendido algo na etapa adulta e consigamos formar patrimé nio, estaré em risco quando tivermos de dispor dele sendo idosos.

Nos Estados Unidos, 20% dos idosos fizeram investimentos inadequados para sua situação financeira ou com comissões mais altas do que as que deveriam ter por produtos similares, segundo dados do livro Pound Foolish: Exposing the Dark Side of The Personal Finance Industry, de Helaine Olen, que trata dos conflitos de interesse dos gurus das finanças pessoais nos Estados Unidos e as mês práticas da indé stria financeira em geral.

E isso não acontece sé nos Estados Unidos. Na Espanha os mais prejudicados no trato também foram os idosos e na Amé rica Latina chega a haver fraudes com cadernetas de poupané a, falsas instituições financeiras, esquemas de piré mide ou casos em que dão créditos a pessoas da terceira idade que não necessitam deles, e até mesmo chegam a lhes levar os documentos em domicé lio.

Esté claro que além do cuidado afetivo e de saúde que possamos ter com nossos pais também se abre um novo ramo: o financeiro. Para isto, é necessério mais abertura para falar desses assuntos em família, e certamente para que nossa situação financeira melhore. Se não, estaremos prestando um desserviço.

Se a OCDE e a pesquisa Gallup não estão enganados, até uma vida inteira de poupané a e prudé ncia financeira não basta se na etapa mais crucial já quando talvez já não haja possibilidade de repor esse patrimé nio já tomamos mês decisões ou deixamos de prestar aten o ao dinheiro.

Isto também é uma advertância para nós : que decisões podemos tomar que nos protejam quando nossos conhecimentos financeiros diminué rem? O que temos de aprender agora para não cair em fraudes depois? Como podemos cobrir nossos riscos? Como queremos viver durante a aposentadoria (incluindo se a residé ncia está adaptada a uma pessoa idosa e que ocupações poderemos ter)?

Na Amé rica Latina isso dos países de velhos nos parece uma curiosidade europeia, mas já não somos tão jovens como acredité vamos: a partir de 2035 se aceleraré nosso processo de envelhecimento demogré fico, e isto nos levaré de populações com apenas 7% de idosos (o porcentual atual) a 14%, com todas as implicações de saúde, custo de vida e diné mica economica envolvidas.

Talvez come ar por ajudar nossos pais a tomar melhores decisões financeiras e evitar que caiam em fraudes seja o melhor exercé cio para reduzir o risco do que pode acontecer conosco quando tivermos sua idade.