Somos todos financistas
Financista é aquele que entende ou é especialista em finanças. É a pessoa que lida com dinheiro com certa eficiência, mesmo que seja o próprio.
O curso de administração de empresas é, segundo dados do censo de educação do MEC, um dos cursos que mais forma no Brasil, portanto formam-se muitos financistas em potencial. Se pensarmos nos cursos correlatos à administração, como os de graduação na área gestão – gestão financeira, gestão de marketing, gestão de RH, etc – todos com carga horária considerável de finanças no currículo, o número de financistas em potencial é ainda maior.
Consideremos então demais cursos como economia, contabilidade ou os mais variados MBAs existentes e veremos que o número de financistas em potencial é realmente grande. Nessa conta, não podemos deixar de fora os autodidatas. Vivemos na era da informação e com tanto material disponível, inclusive gratuito, tem muita gente ficando bom em finanças estudando por conta própria.
Talvez soe como um paradoxo. Em um país com deficiência educacional como o nosso, principalmente quando se fala em educação financeira, e uma quantidade considerável de indivíduos que estudam ou estudaram finanças, é possível refletir sobre o que um financista pode fazer por ele mesmo, pela sociedade e pelo país. Em casa de ferreiro o espeto precisa mesmo ser de pau?
Claro que nem todos que tiveram finanças no currículo estudaram com o objetivo de trabalhar com isso. Mas os conceitos básicos, quando aplicados de forma correta, podem melhorar muito a qualidade de vida de todos. Dinheiro não é um fim em si mesmo.
Um indivíduo que controla o que gasta, gasta menos do que ganha e reinveste bem o que sobrou, tem o poder de planejar o futuro, educar melhor seus filhos, construir uma aposentadoria tranquila e atingir, ainda em idade produtiva, uma independência financeira. Tudo isso permite viver melhor, não ser escravo do trabalho, ter menos estresse causado por problemas financeiros,
enfrentar melhor problemas diversos que a vida possa trazer e ter mais tempo livre pra chamar de seu. Esse sim o nosso ativo mais preciso.
Quando falo de conceitos básicos de finanças, estou falando realmente de coisas simples. Basicamente, é preciso planejar e medir o que gasta – não medindo não terá o controle -, gastar menos do que ganha e investir bem a diferença. Você pode até pensar que é trabalhoso, mas é conceitualmente mais simples do que tudo que você estudou para maximizar a receita de terceiros.
Sobre investimentos, não há a necessidade de ser um CFO. Faça uma reserva de emergência em algo com boa liquidez e baixa volatilidade. Depois encontre investimentos que gerem renda. Não conte com a especulação (comprar barato e vender mais caro) para pagar as contas ou “pendurar” sonhos. Independência financeira é renda passiva. Existem muitos ativos bem acessíveis
com esse perfil, inclusive, mas não somente, na bolsa de valores.
Ao conseguir colocar esses conceitos em prática, além de melhorar sua vida, você pode inspirar e ajudar outras pessoas, ajudar a fomentar o mercado de capitais – que por sua vez financia a atividade produtiva – e ajudar a disseminar a ideia de que o conhecimento financeiro é algo extremamente positivo para a sociedade como um todo e não apenas para o indivíduo. No final,
não é sobre dinheiro, é sobre qualidade de vida e liberdade.