06/09/13

Vale a pena economizar pequenas quantias de dinheiro?

 EXEMPLO: ALMOÇO FORA DE CASA

 
Para permitir que continuemos com a análise se vale a pena ou não economizar alguns trocados, vamos trabalhar em cima de um caso hipotético, em que José precisa decidir se almoça na empresa em que trabalha ou em um restaurante.
 
A grande dúvida do nosso personagem é: almoçar na empresa e economizar dinheiro, ou fazer a refeição em um restaurante onde a comida é bem melhor? A primeira opção significa a tal economia de pequenos valores por dia, sendo a segunda uma melhora na qualidade da alimentação diária, que José tanto aprecia.
 
Na prática, podemos falar que é possível desdobrar essas duas possibilidades básicas em alternativas intermediárias, como por exemplo, almoçar três dias da semana na empresa, e os outros dois dias no restaurante. Quem sabe até pensar na possibilidade de levar uma marmita de casa, economizando dinheiro, aumentando a qualidade da comida, com a consequência de ter mais trabalho na preparação.
 
Agora vamos pensar em algumas variáveis que podem afetar a decisão de José:
 
– qual é seu grau de insatisfação com a comida da empresa?
 
– em média, qual seria a diferença de gasto mensal entre almoçar no restaurante ou na empresa? Quanto maior a diferença, maiores serão as perdas financeiras.
 
– quanto esse gasto representa no valor total do salário recebido por José? Quanto menor esse percentual, mais a opção de almoçar fora se torna interessante.
 
– almoçar fora significa ainda ir de carro, gastar gasolina e pagar estacionamento?
 
– existe mais de uma opção de restaurantes, com preços e qualidades diferentes, que aumentarão as possibilidades de escolha?
 
– irá apenas almoçar ou também terá gastos com suco ou refrigerante?
 
Pois be, não estou querendo esgotar tal análise, mas demonstrar como podemos modelar o problema para, logo após, tomar a decisão que melhor se encaixa ao nosso perfil. Decidindo, assim, se vale a pena economizar os pequenos gastos diários, em cada caso. Pode parecer algo um pouco complexo, mas como já disse anteriormente, permite uma total liberdade de escolha.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
O que pretendo com o presente artigo é contextualizar a decisão de um consumidor, de uma forma um pouco mais aderente com a realidade, ao invés de “jogar na cara” das pessoas que elas não fazem o que deveriam – e com isso distanciá-las de uma vez por todas do planejamento do orçamento doméstico.
 
Gastar ou não gastar deve ser uma decisão consciente, baseada em critérios objetivos e subjetivos. Eu, por exemplo, tenho um automóvel. Ao decidir por adquirir esse be, que gera gastos enormes durante o ano, estou abrindo mão de aumentar a quantidade de dinheiro que terei no futuro. Poré, ter o carro foi uma ESCOLHA CONSCIENTE minha, em que assumi pagar o preço dessas despesas em troca de um conforto na questão de ir e vir.
 
Veja que posto dessa forma, se você faz a análise e mesmo assim decide sempre pelo consumo, estará conscientemente abrindo mão de seu futuro financeiro para curtir o presente. Depois não adianta reclamar!
 
Por fi, vou dar uma sugestão que poderá lhe ajudar nessas decisões. Faça seu orçamento doméstico, anotando suas receitas e despesas. Projete quanto de dinheiro precisa para sobreviver, no próximo mês, com os itens básicos. Quando receber o dinheiro de seu trabalho, invista uma parte com o objetivo de conquista futuras, separe o que irá gastar com o que é básico, e o que sobrar ficará para as decisões de pequenos gastos.
 
No caso de José, imagine que possui um salário líquido de R$2.000,00. Ao receber o dinheiro, ele guarda R$300,00 em uma aplicação em renda fixa. Sabe também que os gastos básicos – alimentação da casa, roupas, luz, água, energia elétrica etc – representem R$1.400,00, em média. Portanto, sobrarão R$300,00 para gastos “supérfluos”. Com base nesse valor e em outras possibilidades, ficará mais fácil decidir entre almoçar na empresa ou restaurante, pois precisará se virar com o orçamento que possui.
 
É isso aí, boa sorte em suas finanças e vida pessoal!