Veja 5 dicas para poupar o seu dinheiro
No início de 2018, pesquisa da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) mostrou que 56% dos entrevistados tinha interesse em investir nos 12 meses seguintes. Ao repetir o levantamento em 2019 – com 3.452 entrevistas em 152 municípios do país –, comprou-se que apenas 8% da população economicamente ativa conseguiu, efetivamente, guardar dinheiro. Na análise de Guilherme de Almeida Prado, a educação financeira é um desafio a ser enfrentado no país, sobretudo porque o interesse por finanças é ditado por uma situação extrema, ou seja, somente quando o problema surge. E quais seriam as explicações para tal comportamento? A hipótese do consultor e autor do livro Conquiste Mais: como realizar seus sonhos, gastando melhor o seu dinheiro é que o modelo comportamental deriva de uma junção de fatores que passam, inclusive, pelo repertório histórico que temos. Sim, a História do Brasil foi determinante para moldar o hábito de não poupar.
Na análise do consultor financeiro, o histórico de inflação alta estimulou a população a comprar. O país passou dezenas de anos lidando com alta de preços, influenciando diferentes gerações. Apesar da inflação ter sido controlada em 1994 – ou seja, há 25 anos –, 70% da população brasileira atual tinha 15 anos ou mais quando a inflação foi controlada. Na prática, a maioria da população ainda se lembra de como era esse período e passa essa informação e comportamento para as gerações posteriores. Ainda dentro do contexto histórico, houve o confisco da poupança no governo Collor. Apesar de ter devolvido o dinheiro, ficou a sensação de que quem consumia – e não tinha nada guardado – não foi prejudicado. “Um outro fator, mais ligado à afetividade do nosso povo é a solidariedade entre famílias e amigos: quem poupa acaba tendo que ajudar quem não guarda dinheiro. E, se não ajudar, é considerado egoísta, mesquinho, muquirana. Poupar não traz status social: a pessoa que poupa é vista como aquele que não aproveita a vida; uma pessoa sovina e desprovida de interesse pelas coisas boas da vida. E ninguém quer ser visto dessa forma, correto?”, questiona Almeida Prado.
Abaixo, as dicas dadas pelo especialista em finanças pessoais para melhorar a vida financeira por meio do hábito de poupar. As dicas estão alinhadas aos capítulos do livro: definir as metas (o que quer conquistar, quando quer conquistar, descobrir o custo de cada conquista e alternativas para alcançar a conquista); cuidar do dinheiro (cortar gastos em excesso, cortar compras, identificar vantagens gratuitas, definir recompensas para as economias e controlar melhor os gastos); conquistar seus sonhos(pesquisar antes de comprar, negociar e fechar). “Minha experiência com finanças mostra que uma família com renda de R$ 3 mil mensais consegue melhorar cerca de 20% a vida financeira. Isso significa que essa família pode ter R$ 600 reais a mais, todos os meses, se conseguir colocar em prática as diferentes a mudança de comportamento em relação ao dinheiro – o que representa um ganho de R$ 7.200,00 em um ano e R$ 36 mil em cinco anos”, afirma.
DICA #1 | Estabeleça um motivador e comunique. Defina uma conquista financeira que você deseja realizar ao longo de 2019 – pode ser fazer um intercâmbio, uma viagem com a família ou quitar as dívidas – e estabeleça o valor que precisa economizar para realizar. Divulgue a meta para a família e amigos, pois isso ajuda a criar um compromisso social para que seja realizado.
DICA #2 | Reveja gastos. Analise todos os gastos e comece a renegociar – solicite isenção de anuidade do cartão de crédito; diminuição do custo da conta bancária; a mensalidade de academia ou escola; reveja e renegocie planos de internet, tevê e celular. A ideia é avaliar os gastos fixos e enxergar potencial para cortes e negociação.
DICA #3 | Analise os gastos do último mês. A proposta é analisar os gastos no mês anterior e enxergar os ralos, ou seja, onde estão os gastos que podem ser reajustados ou cortados.
DICA #4 | Lembre-se da meta todos os dias. É muito comum estabelecermos várias metas nos primeiros meses do ano e esquecermos ao longo dos meses. Para combater esse comportamento, espalhe a meta escrita pela casa (na porta da geladeira, por exemplo) e na carteira. Visualizar a meta de poupança faz toda a diferença.
DICA #5 | Marque na agenda. Uma vez por mês, avalie como está a evolução do hábito de poupar. Reveja a meta e tente superar o previsto. Segundo Guilherme de Almeida Prado, as cinco dicas são complementares e têm o objetivo de reforçar um comportamento poupador. “A proposta é mudar o comportamento financeiro e para isso é necessário revisar, constantemente, todas as ações envolvendo dinheiro. Essa avaliação e o hábito de sempre checar os gastos são determinantes para a conquista de uma vida financeira mais equilibrada”, finaliza.
Fonte: Novo Momento